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quarta-feira, 13 de julho de 2011
13 de julho de 2011 | N° 16759
PAULO SANT’ANA
O meu primeiro amor
Resolvi falar ontem no Gaúcha Hoje, apresentado pelo Antônio Carlos Macedo.
E me assustei com a repercussão da audiência, muitas pessoas me escreveram para saudar que eu tivesse me lembrado de retornar por um dia àquele espaço.
E o prefeito José Fortunati me escreveu: “Andei pela cidade para cumprir com agendas externas e em todos os lugares as pessoas faziam questão de comentar a tua fala. Sempre soube da enorme repercussão das tuas manifestações, tanto na Gaúcha quanto na RBS TV e Zero Hora. Mas hoje quero te agradecer do fundo do coração o que falaste sobre mim, isso me deu um novo fôlego. Desejo-te pronto restabelecimento de tua saúde.”
Em tempo: elogiei o prefeito pelo trânsito que tem melhorado em POA e pelos cuidados com que incentiva as grandes ideias, as ciclovias, a segunda ponte do Guaíba, os estacionamentos subterrâneos etc., iniciativas e custeio do plano federal muitas delas, mas é importante o concurso do município.
Há indícios de que eu possa atingir novamente a felicidade. Indícios.
Que milagre quando raios de luz invadem os nossos espaços de escuridão pessimista!
Que bom ver renascer a esperança por entre as vielas estreitas e lúgubres da nossa desilusão.
Sem ajuda eu não prosseguiria. E quanta gente me ajuda, nos consultórios médicos, nas clínicas, nos hospitais.
Quanta gente me ajuda e quantas e quantas são as mensagens que recebo diariamente me encorajando a prosseguir e me garantindo que verei a luz no fim do túnel. Obrigado, gente, vocês são a prova de que a humanidade é boa e temos que varrer dos nossos espíritos a ideia errada que temos dela.
Obrigado.
Como me acena timidamente a felicidade, vem-me a lembrança de meu primeiro amor.
Eu tinha 12 anos de idade e era sacristão da Capela Sagrado Coração de Jesus, no Partenon, hoje Igreja São Jorge.
Eu sacristão e ela menina devota. Como eu a amava à distância. Falei só uma vez com ela, ligeiramente. E ela incendiou minha vida, minhas lembranças. Incendiou-me naquele tempo e ainda incendeia minha memória.
Tem um samba do César Costa Filho que se encaixa perfeitamente em minha história: “Ela passava distante e fria/ não demonstrava nos olhos a ânsia dos meus/ sei que Maria fugia/ pois era esposa de Deus/ a quem jamais trairia/ pra ter nos seus braços carinhos ateus/ e eu à mercê de Maria/ não sei o que faço da minha ilusão/ folha amarela de outono caída no chão”.
Não sei o que foi dela. O que sei é que foi meu primeiro, doce, inocente amor.
Impossível que alguma pessoa esqueça o seu primeiro amor.
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