Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
03 de abril de 2008
N° 15560 - Leticia Wierzchowski
Sorte ou revés?
Passei o último domingo circulando entre Rio de Janeiro e São Paulo. Do Leblon ao Brooklin, do Brooklin ao Morumbi, e de lá até Ipanema.
Nada de atrasos aéreos, nada do trânsito cada vez mais caótico da capital paulistana, nada de dengue, uma beleza que só vendo... Bastava jogar os dados e, zupt!, eu ia da Rebouças até a Vieira Souto - cheguei até mesmo a ficar dona da Vieira Souto, o metro quadrado mais caro do país!
Quem nunca jogou Banco Imobiliário na vida não conhece uma interminável tarde chuvosa no litoral, ou não teve filhos nem sobrinhos por perto.
Aqui em casa, estamos na nossa segunda experiência: depois de incontáveis horas na infância e adolescência, fazendo e dizimando fortunas num passe de mágica, entramos no jogo outra vez, agora pra acompanhar nosso filho.
E dá-lhe contar dinheiro de cá e de lá, pagar hipotecas e cobrar aluguéis, enquanto hotéis erguem-se e casas desaparecem, e os peões circulam pelo tabuleiro com várias paradas na prisão.
Como na vida mesma, também é necessário um pouco de sorte para ganhar uma partida do Banco Imobiliário - além de bons pontos nos dados e oportunidade de comprar os melhores terrenos e companhias do tabuleiro, o jogador pode cair nas casas de sorte/revés.
E aí surge uma curiosa categoria de valores: por exemplo, ir assistir à estréia de um balé que você queria muito, acreditem, é um revés no Banco Imobiliário. Pague 30 e azar o seu, melhor seria ficar em casa olhando o Fantástico. "Você é papai outra vez", também é revés. Festejar aniversário com os amigos? Azar o seu.
Eu achei tudo muito curioso. Não lembro bem se no meu tempo de fanática jogadora de Banco Imobiliário os reveses eram os mesmos. Se eram, certamente perdi uma nota em espetáculos de dança, mas ainda considero uma sorte estar numa platéia de teatro e assistir a um bom espetáculo.
Porém, fico pensando em quem criou esses textos, um solitário sem amigos, nem família, desafeito a programas culturais Há tantos óbvios reveses nesta vida, por que não fazer uso deles?
A geada prejudicou sua safra de café, pague 50, um azar clássico, mas essa carta está lá. Doença na família, ação judicial, tratamento de saúde, batida de carro, assalto, divórcio, seqüestro-relâmpago, sócio ladrão, impostos, impostos, impostos tudo revés.
Mas filho que nasce e amigos por perto? Ah, isso não é revés nem sorte. Eu chamaria apenas de alegria.
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