30 DE JULHO DE 2020
INFORME ESPECIAL
Por que Bolsonaro parou de brigar
Entre os motivos para que Jair Bolsonaro parasse de falar tanto e de provocar tantas brigas, está um recado claro, passado ao presidente: o Exército não apoiaria qualquer movimento antidemocrático em caso de ruptura institucional.
O presidente também tomou ciência do desconforto de importantes segmentos das Forças Armadas com a escalada de tensões entre poderes. Bolsonaro parece ter compreendido que, se não mudasse, teria imensas dificuldades para terminar seu mandato, pelos atritos com o Congresso e com o Supremo Tribunal Federal.
As Forças Armadas brasileiras têm se mantido fiéis ao seu papel constitucional desde a redemocratização, na década de 80 do século passado. Existem, dentro delas, diferentes correntes de opinião. Mas não interessa a uma fatia considerável e majoritária dos oficiais da ativa misturar Exército, Marinha e Aeronáutica com o varejo de um governo, seja ele qual for. Há o entendimento de que a instituição sofre até hoje com os erros cometidos quando estava no poder e de que seria um risco muito grande se aventurar novamente por esses caminhos.
Também não é visto com bons olhos a participação de militares da ativa em cargos de primeiro escalão, o que ainda é permitido sob licença especial. Melhor, para as Forças Armadas e para o Brasil, que ocupantes de cargos civis com dimensão política ou partidária sejam antes transferidos para a reserva.
O aviso claro dado a Bolsonaro, confirmado por fontes com trânsito e influência em Brasília, não foi o primeiro. Mas, dessa vez, o portador da mensagem não dava margem a teorias conspiratórias. O presidente Jair Bolsonaro parece ter optado pelo caminho possível, sob pena de se meter em um beco sem saída.
Captura de tela
Educar um filho hoje é mais difícil do que era há 20 anos. E a tecnologia é a maior responsável. Esta é uma das conclusões do estudo sobre famílias na era das telas, publicado pelo Pew Research Center. Foram ouvidos 3,6 mil pais e mães nos Estados Unidos. Abaixo, alguns dos resultados:
66% acreditam que educar filhos hoje é mais difícil do que era há 20 anos.
26% opinam que não houve grandes mudanças.
7% disseram que é mais fácil.
Os motivos mais citados por aqueles que consideram que hoje é mais difícil educar os filhos:
1. Desafios impostos pela tecnologia em geral.
2. Desafios impostos pelas redes sociais em geral.
3. O mundo está mais violento e há mudanças nos padrões morais.
4. Acesso à tecnologia por crianças pequenas.
5. Criar filhos hoje é mais caro. Tanto o pai quanto a mãe precisam trabalhar.
71% dos entrevistados se disseram preocupados com o tempo que os filhos passam em frente às telas.
68% dos pais e das mães admitiram que, quando estão com os filhos, se distraem com seus próprios celulares.
TULIO MILMAN
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