21 DE JULHO DE 2020
INFORME ESPECIAL
O motivo pelo qual o lockdown será necessário em Porto Alegre
Podem culpar o presidente, o governador ou o prefeito. Faz parte. Mas, se chegarmos ao lockdown em Porto Alegre, eles terão a menor fatia da responsabilidade. O primeiro vilão, não esqueçamos, é um vírus que levou ao caos sistemas de saúde bem mais robustos do que o nosso - os de Nova York e Milão, por exemplo. O coronavírus é a causa de tudo isso. Ele e as circunstâncias culturais, econômicas e sanitárias que levaram essa mutação específica a se espalhar pelo planeta. Agora, é natural que pensemos pouco nisso, com a água chegando ao pescoço.
Responsabilizado o vírus, a contaminação se dá porque nos expomos a ela. Há centenas de milhares de pessoas que não têm opção. Profissionais da saúde, da segurança e de serviços essenciais que, bravamente, se arriscam para cuidar dos outros. Essa é uma parcela.
A outra, é a dos cansados, desatentos, irritados e negacionistas, que desmoralizam os decretos indicando o uso de proteção e as distâncias uns dos outros. Se há algo em que os governantes falharam, é não terem sido mais rígidos lá atrás na fiscalização. E na punição didática dos desobedientes. Faltou esse recado. O de que era para valer. E de que cada um é tão responsável quanto o outro, sem paternalismo. Com isso, o próximo degrau se avizinha. E ele é bem mais difícil de subir.
Ululante
Infelizmente, o pensamento mágico tem seus limites. Por mais leitos e equipamentos que se ofereçam à população, o melhor remédio, até agora, é frear a contaminação.
Boa parte das pessoas que morreu mundo afora em função da covid-19 morreu em UTIs, algumas de primeiro mundo, como em Nova York, Londres e Milão.
Dimensões
Uma pesquisa nas capas dos sites dos quatro maiores jornais brasileiros, feita pela coluna na manhã de ontem, apontou um quase empate no uso de dois grupos de palavras nas manchetes:
Palavras do grupo 1 - Pandemia, covid-19, coronavírus, UTI, mortos, vacina e hospital - 17 incidências.
Palavras do grupo 2 - Bolsonaro, governo, governador, prefeitura, Congresso, STF/STJ, deputado - 15 incidências.
TULIO MILMAN
Nenhum comentário:
Postar um comentário