08
de maio de 2013 | N° 17426
EDITORIAIS
A supremacia das
quadrilhas
A
sucessão de assaltos a bancos em municípios do interior do Estado, em alguns
casos com dominação do policiamento local por quadrilhas melhor equipadas,
indica que os criminosos ainda não tiveram, por parte das autoridades, uma
reação estratégica e organizada à altura da ousadia.
Mesmo
que em alguns casos a Polícia Civil e a Brigada Militar consigam desvendar os
ataques e capturar os assaltantes, é cada vez mais preocupante a facilidade com
que as cidades são invadidas o que demonstra a incapacidade das forças de
segurança de se antecipar à ação dos bandidos.
Foi
o que aconteceu mais uma vez esta semana, com ataques e sequestro de reféns em
Constantina, Boa Vista das Missões e Sarandi. É constrangedor para a BM que dois
policiais tenham se transformado em reféns, em Constantina, em mais uma prova
de que há superioridade das quadrilhas em relação à estrutura policial.
Evidencia-se,
a cada episódio, que cidades antes caracterizadas pela calma e pelos baixos
índices de violência não dispõem das mínimas condições para oferecer pelo menos
a sensação de segurança aos seus habitantes.
É
improvável que localidades sem delegacias e com deficiências de pessoal,
equipamentos e viaturas tenham condições de enfrentar delinquentes armados e
dispostos a tudo para obter êxito em suas investidas. As estatísticas atestam,
infelizmente, que saquear bancos se transformou em uma atividade rendosa para
os criminosos. Em 2012, foram mais de cem assaltos ou tentativas de ataques a
agências no Estado. Este ano, já passaram de 50.
Os
alvos preferenciais continuam sendo as pequenas cidades, onde se contabilizam,
mais do que os danos financeiros, os prejuízos às comunidades, no momento dos
assaltos e, depois, quando os ladrões em fuga aterrorizam principalmente as
áreas rurais. O crescimento das ações exige uma estratégia da área de segurança
que não se limite a reforços pontuais da BM, ou a delinquência continuará
vencendo este embate.
É
lamentável que a bandeira da micro e pequena empresa possa se prestar para
interesses políticos tão descarados.
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