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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
ELIANE CANTANHÊDE
Pau a pau
BRASÍLIA - José Serra que se cuide, porque as pesquisas começam a dar respostas às duas principais indagações de 2010: o quanto Lula será capaz de transferir sua poderosa popularidade para Dilma Rousseff e quem ganha e quem perde com a desistência de Ciro Gomes.
O pulo de Dilma registrado pela CNT-Sensus confirma a expectativa governista de que, sim, há bastante transferência de voto de Lula para sua candidata, que, de novembro até agora, saiu de 21,7% para 27,8% no cenário que inclui Ciro e de 23,5% para 28,5% sem ele.
A segunda resposta começa a se delinear, mas é cedo para certezas. O que parece hoje pode não se confirmar amanhã.
Comparando os dois cenários atuais, com e sem Ciro: Dilma varia menos de um ponto (27,8% para 28,5%) quando ele está fora, enquanto Serra salta mais de sete (de 33,2% para 40,7%). Significa que, neste momento, a saída de Ciro favoreceria o tucano. Mas isso depende da campanha. Principalmente da percepção do eleitor de que Ciro é Lula, logo... será Dilma.
Ainda sem Ciro: a soma de Dilma (28,5%) com Marina Silva (9,5%) é menor do que o total de Serra. Equivale a dizer que, se a eleição fosse hoje, Serra estaria eleito já no primeiro turno. Mas é uma hipótese improvável, porque o desempenho de Serra se mantém estável, e o de Dilma é ascendente.
Se o problema do governo é calcular se convém ou não manter Ciro na disputa, o problema do próprio Ciro é outro: a desidratação.
Seu risco é definhar mês após mês, a ponto de chegar ao final comprometendo um futuro promissor.
No mais, um dado da pesquisa é particularmente importante: 20,4%, quase um quarto do eleitorado, anularam o voto ou se declararam indecisos. Dilma está no ataque, conquistando esses votos. Serra está na defensiva, derrapando nas enchentes e mortes em São Paulo. O clima e a temperatura estão mais para ela do que para ele.
elianec@uol.com.br
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