Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
21 de fevereiro de 2010 | N° 16253
VERISSIMO
Paula
Depois de casarem o último dos seus cinco filhos, Paula contou para o marido que o encontro deles não tinha sido casual, como ele pensava.
– Que encontro?
– O nosso. Há 50 anos.
– Eu sempre desconfiei que você tinha planejado tudo, para me fisgar – disse o Osmar, rindo.
Mas Milena estava séria.
– Não planejei nada. Planejaram por mim.
– Quem?
– Eu tinha ordens para me infiltrar na sua vida. Casar com você, se fosse preciso. Acompanhar você em tudo, me informar sobre todas as suas atividades e passar a informação para eles.
– Eles quem?
– Meu casamento com você não foi um casamento, Osmar. Foi uma missão.
Osmar começou a rir de novo. Parou quando viu que Paula continuava séria.
– Mas Paula, você sempre foi uma esposa perfeita. Perfeita!
– E você nunca desconfiou disso? Uma mulher que fazia todas as suas vontades? Que nunca contrariou você em nada? Uma mulher perfeita? Eu estava apenas protegendo meu disfarce.
– Mas... E os nossos cinco filhos?!
– Sempre que eu desconfiava que você estava perdendo o interesse em mim e no nosso casamento, engravidava. Para não comprometer a missão.
– Você também foi uma mãe perfeita!
– Sou uma boa profissional.
– Como você mandava a tal informação?
– A princípio, fazia relatórios escritos e deixava em locais predeterminados. Depois comecei a registrar tudo eletronicamente neste aparelhinho que eles me deram.
– Quer dizer que você nunca foi surda desse ouvido?
– Sempre ouvi perfeitamente dos dois. Gravava tudo, depois colocava a fita no local que tinha combinado com eles.
– Mas “eles” quem?!
– Pois é.
– Como, “pois é”?
– Eu não lembro mais quem eram eles. Na última vez que levei uma fita para o tal lugar secreto, a fita anterior não tinha sido recolhida. A tal missão deve ter sido desativada e não me avisaram.
– Você não se lembra para quem trabalhava?
– Não.
– E o que eles queriam saber a meu respeito?
– Também não me lembro.
– Paula, Paula...
– Bom, pelo menos educamos os nosso filhos. Estão todos casados e bem encaminhados na vida...
– Missão cumprida.
– Missão cumprida.
– Boa noite, Paula.
– Juraci.
– O quê?
- “Paula” era codinome.
OXIMORO
(Da série “Poesia numa hora dessas?!”)
Oximoro
é uma frase que se contradiz
como silêncio eloquente,
ilustre desconhecido
fogo amigo
e inimigo fiel.
Ou, claro Coco Chanel.
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