sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010



12 de fevereiro de 2010 | N° 16244
PAULO SANT’ANA


Escultura calva

Às vezes olhamos para um artista de televisão ou de cinema e nem imaginamos o que está por trás daquela aparência saudável e bela.

Nos extasiamos com aquele rosto perfeito e sequer podemos calcular o que se esconde sob aquela aparência atraente.

Digo isso porque fiquei sabendo ontem que Michael Jackson era careca.

Não sei se tem importância este detalhe na história deste pop star, mas o fato é que o grande Michael Jackson era careca.

E só a necropsia foi revelar que ele era careca. É de se imaginar durante quantos anos Michael Jackson e sua entourage lidaram com as providências para ocultar do público este segredo. Deus o livre que os fãs do cantor e dançarino soubessem que ele tinha uma pronunciada e extensa calvície frontal.

*

Seria absolutamente inviável, penso eu, não sei se equivocadamente, que Michael Jackson se tornasse o superídolo que foi e continuará sendo, se o público conhecesse que o grande ícone era careca.

Será que ele teria sobrevivido como ídolo se o público tivesse sabido que por trás daquela peruca havia uma calva?

A minha impressão é a de que isso seria fatal para Jackson.

Nenhuma necropsia de qualquer artista em todos os tempos foi tão meticulosa como a de Michael Jackson.

Por ela, foram localizadas no corpo do cantor inúmeras cicatrizes de cirurgias plásticas no nariz, joelhos, ombros, pulsos e orelhas.

E todo o seu corpo era pontilhado de tatuagens escuras de todos os tipos, com exceção da tatuagem nas sobrancelhas, que era cor de rosa.

Pode interessar a alguém que o caixão em que foi sepultado Michael Jackson tinha a cor amarela com revestimento de seda azul?

Todos já sabiam que Michael Jackson tinha a doença do vitiligo, que manchava de branco extensas partes de seu corpo, só não se sabia se ela era originária dos produtos químicos que ele usava para embranquecer a sua pele ou se foi espontânea.

Jackson se recusava estranhamente a ser negro.

Jackson morreu por intoxicação aguda provocada por profonol, uma dose equivalente à que é usada como anestesia em cirurgia de grande porte.

Os médicos dizem que o profonol não é usado contra a insônia, o que quer dizer que o mal central do cantor era a insônia.

Um grande ídolo, um cantor e dançarino que não podia sair à rua de tão famoso, sofria o coitado de insônia e de outros males.

E que foi enterrado com uma peruca escura e longa para esconder talvez o maior segredo entre tantos que ele tinha.

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