sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010



Eleições 2010

Dizem que em casa de político sem mandato só o vento bate na porta. Um grandão da política, já falecido, em determinado momento de fim de carreira e sem poder, disse que político sem mandato é como prostituta sem cama.

Em hora de eleição a gente nota, mais do que nunca, a fome pelos cargos, os acordos inexplicáveis, os fisiologismos, a propaganda enganosa, aquela coisa toda e tal.

Definitivamente, no Brasil, ainda temos história partidária escassa, rala e personalismos bem exagerados. Ainda pensamos em salvadores da pátria. Devemos pensar que nós todos é que somos os tais salvadores. Democracias verdadeiras precisam de ideias, conceitos, partidos e práticas duradouras, consistentes. Isso é mais velho que Sócrates.

Marketing é moderno, inevitável, funciona, mas o eleitor tem de prestar mais atenção na mercadoria em si e não só na forma como ela está sendo vendida. Embalagem e estratégia de venda é uma coisa, conteúdo, outra. Comparar o passado FHC com o quase passado Lula é bom, necessário, tudo bem, mas acho que numa campanha política presidencial a prioridade pode e deve ser outra.

Até por que os governos FHC-Lula formam certa continuidade, especialmente no aspecto econômico. Melhor é pensar no futuro, como vamos pagar as contas do bolsa-família e outros débitos, como podemos pensar em projetos nacionais, de verdadeiro interesse público.

Precisamos ver dados e números concretos, gastar bem o dinheiro público e discutir amplamente o melhor para todos, em termos de médio e longo prazo. Segurança, educação, saúde, por aí.

Essas discussões e decisões devem ficar, ao máximo, muito acima de interesses e vaidades pessoais e partidários que duram o tempo de uma vida humana, ou menos do que isso. Os seres humanos brasileiros não desgostam de agressões pessoais, palavras cabeludas e ataques abaixo da linha da cintura, mas, no fundo, eles sabem que interessa mais a conversa e o plano que coloque o presente e o futuro com mais clareza, felicidade e segurança, para eles, filhos e netos.

Papo de boteco e cerveja são ótimos, mas tem sempre a hora de ir para a casa e para o trabalho, pensar e falar sério. Especialmente depois do Carnaval e da Páscoa. Fala, Brasil!

Jaime Cimenti - Uma linda sexta-feira e um gostoso fim de semana

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