Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
06 de fevereiro de 2010 | N° 16238
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES
Verão, verão (final)
Ruy Gessinger, uma das pessoas que mais eu amo neste mundo, é fazendeiro forte e criador de ovelhas, além dos muitos outros títulos que possui. Conhecedor do assunto que abordei aqui na semana passada, ele me mandou como colaboração as inteligentes considerações que vão a seguir:
“Como cambiaram as coisas. Hoje, ao menos nas fazendas mais modernas, a gente tosa mais cedo. Já lá por outubro. E por várias razões, entre as quais libertar as ovelhas de seus “casacos” mais cedo e porque geralmente se pega preço melhor para a lã.
Os tosadores chegam de carro, com um reboque, instalam-se no galpão, ligam os “barbeadores elétricos” na tomada e tosam sem dar um beliscão sequer.
Não se imiscuem na vida da fazenda e fazem a sua própria comida.
Classificam a lã bem direitinho: velo, garra etc.
E tudo vai ensacado em sacos de polietileno e não mais em juta. Agora não é mais lata e sim ficha que usam. Cada ovelha é uma ficha; o carneiro é duas e se for de cabanha é quatro.
Me consta que antigamente sesteavam. Hoje tocam direto de manhã cedo até o meio dia. Dão só uma pausa de duas horas e vão quase à noite, pois seu trabalho é por empreitada. Quanto antes terminam, melhor para todo mundo.
Mas é assim mesmo, hoje tudo talvez esteja menos romântico, mas está mais profissional.”
Mas há mais no verão do guri campeiro. Uma atividade importante era procurar ninho de perdiz ou de quero-quero, cujos ovos a gente comia cozidos, e alguns guris faziam furinho na casca com prego e por ali chupavam clara e gema.
Eu me arrependo barbaramente dessa passagem da minha infância e me tornei um defensor da natureza quando me dei conta das ninhadas e ninhadas de quero-quero e de perdiz que eu pilhei e depredei para comer, sem nenhuma necessidade.
Uma ninhada de quero-quero tem quatro ovos que são cinza-esverdeado com umas manchas pretas. Uma ninhada de perdiz tem muito mais, e os ovos são do mesmo tamanho dos ovos do quero-quero, só que são marrons, parecem de chocolate. Quando descascam é bonito ver as ninhadas cuidadas pelos pais, quatro quero-querinhos e um bando de perdizinhas.
Outro bicho campeiro muito bonito é a ema, a “rhéa” americana que o gaúcho chama de avestruz, uma limpadora de campo que até cobra come. Agora, o guri campeiro se pela de medo da avestruz choca.
Nesse estado, macho ou fêmea ataca perigosamente quem se aproxima de seu ninho de muitos ovos. E se o guri está a pé não adianta fugir, porque ela corre muito mais. Aí só cabe o recurso de saltar dentro de uma sanga, como fez o meu irmão João Batista, certa feita...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário