08
de junho de 2015 | N° 18187
POLÍTICA
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
Vídeos
mostram suspeitas em gabinete de deputado
REPORTAGEM
DO FANTÁSTICO exibiu gravações que indicam suposta extorsão de salários de
assessores de Diógenes Basegio (PDT) e esquema para aumentar indenização por
uso de carro
Uma
reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, apontou ontem suspeitas de irregularidades
em gabinete da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Vídeos gravados por
um ex-chefe de gabinete e pela reportagem da RBS TV mostraram extorsão de salários
de funcionários e um golpe para aumentar o valor da indenização por uso de veículo
particular em serviço.
A
investigação de três meses, feita pelo repórter Giovani Grizotti, registrou indícios
de crimes envolvendo deputados de quatro Estados. No Rio Grande do Sul, as
suspeitas foram reveladas por um ex-chefe de gabinete de Diógenes Basegio (PDT).
Neuromar Gatto diz que assessores ocupantes de cargo de confiança (CCs) devolviam
ao parlamentar parte ou todo o vencimento mensal. Em um dos vídeos gravados
pelo ex-chefe de gabinete, o assessor Álvaro Ambrós afirma que devolvia entre “R$
3,2 mil e R$ 3,3 mil” de um salário de R$ 7,7 mil.
– Essas
pessoas traziam os valores e entregavam a mim. E eu, naturalmente, passava ao
deputado esses valores, como consta nas gravações – afirma Gatto, que era o “arrecadador”
do esquema e atuava em Passo Fundo, território eleitoral do pedetista.
Outra
gravação mostra o publicitário de Passo Fundo Paulo Marins, que organizou
campanhas de Basegio, entregando a Gatto o que seria parte do salário de sua
mulher, Eliane Marins, assessora do gabinete até dezembro de 2014. A reportagem exibiu ainda
flagrante em que a dona de casa Hedi Vieira, também de Passo Fundo, admite, sem
saber que era gravada, que devolvia o salário a Basegio e que era assessora “só
no papel”.
Após
fazer a arrecadação, Gatto afirma que entregava os valores ao deputado. Um vídeo
mostra Basegio recebendo pacotes de dinheiro. Um, formado por notas de R$ 10,
despertou uma queixa do parlamentar, em tom de ironia.
– Mas,
meu Deus, que pobreza essa gente – afirma.
CONTRAPONTOS
O
QUE DIZ O DEPUTADO DIÓGENES BASEGIO (PDT)
Afirma
desconhecer o esquema de alteração do odômetro. Sobre as supostas extorsões,
afirma que o dinheiro que aparece nas imagens era de sua conta, destinado ao
pagamento de funcionários do Interior que não são oficialmente ligados ao
parlamento:
– Não,
jamais existiu neste gabinete qualquer funcionário fantasma. Existe transparência,
existe controle. Jamais chegou a nós dinheiro de qualquer funcionário.
O
QUE DIZ O PUBLICITÁRIO PAULO MARINS
Afirma
que o dinheiro repassado a Neuromar Gatto, no vídeo, era referente ao pagamento
de uma comissão. Diz que sua mulher trabalhava para Basegio realizando escuta
de rádios e leitura de jornais de Passo Fundo para depois repassar as informações
ao deputado.
O
QUE DIZ A DONADE CASA HEDI VIEIRA
Não
quis se manifestar.
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