20 de junho de 2015 | N° 18200
EFEITO NA CARTEIRA
Maio vermelho no emprego
SALDO NEGATIVO NA CRIAÇÃO DE VAGAS foi o primeiro para o
quinto mês do ano desde 1992 no país. Foram extintos 115 mil postos. RS foi o
segundo com o maior fechamento de oportunidades de trabalho
Mais de 115 mil vagas de trabalho com carteira assinada
foram fechadas no país no mês passado, o pior resultado para maio desde 1992,
quando começou o levantamento. É o quarto mês de queda no emprego neste ano,
motivado pelo recuo da atividade em diferentes setores da economia, como indústria,
comércio e construção civil. Em abril, foram fechados 97.828 postos de trabalho.
Também foi a primeira vez, para maio, que o Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do
Trabalho, apresentou resultado negativo. Como comparação, em igual mês do ano
passado, houve a criação de 58,8 mil postos.
Entre os Estados, o Rio Grande do Sul aparece como um dos
destaques negativos: foi o segundo que mais fechou vagas, 15,8 mil, só ficando
atrás de São Paulo, onde 23 mil postos acabaram extintos. Apenas Mato Grosso do
Sul, Goiás, Acre e Piauí criaram oportunidades de trabalho em maio.
No país, a indústria de transformação foi o segmento que
mais demitiu, com quase 61 mil vagas cortadas. Todos os 12 ramos industriais
sondados pelo Caged fecharam vagas – metalúrgico, materiais de transporte,
borracha, papel e, sobretudo, o alimentício. O único segmento que contratou no
mês passado foi o agricultura, por motivos sazonais, com a abertura de 28,3 mil
vagas no campo.
MINISTRO DISSE QUE CRISE POLÍTICA ATRAPALHOU
Na avaliação do economista- chefe da Infinity Asset, Carlos
Acquisti, no curtíssimo prazo não há sinal de reversão significativa do atual
panorama desfavorável para o emprego.
– O mercado de trabalho costuma ser um dos que mais demora a
piorar, dado que é oneroso o processo de demissão e recontratação – afirmou
Acquisti. – Quando as empresas demitem, é porque as expectativas de curto e médio
prazo estão ruins.
Ao divulgar os dados do Caged em Campo Grande, porque Mato
Grosso do Sul teve o melhor desempenho na contratação de trabalhadores do país,
com 534 vagas criadas, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse estar
otimista com o segundo semestre:
– A crise política levou muita gente a adiar seus projetos
pessoais. A medida em que os ânimos se acalmam, o ritmo será retomado.
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