12 de junho de 2015 | N° 18191
MOISÉS MENDES
Biografáveis
Faça a lista de personagens que você quer conhecer melhor,
agora que o Supremo acabou com a censura prévia às biografias. Eu espero as
biografias do Roberto Carlos, do José Maria Marin e do Pedro Barusco. Mas não
me interessa saber se Roberto Carlos namorou Gal Costa, Maysa e Zezé Macedo.
Espero que finalmente se esclareça se ele é mesmo o autor
dos clássicos que fez com Erasmo Carlos. O que é dele e o que é de Erasmo?
Dizem que Detalhes é de Erasmo. E contam que o verdadeiro Roberto seria o que,
depois do fim da dupla, passou a compor sozinho algumas coisas pavorosas. Mas,
enfim, sozinho, Erasmo também é autor de letras assustadoras.
A biografia do Marin terá de explicar a incitação à
perseguição que levou ao assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em 1975,
nos porões da ditadura.
Em 2008, Marin ganhou o Colar do Mérito Institucional do
Ministério Público paulista, quando já deveria ter ganho uma tornozeleira. A
biografia vai nos mostrar onde se meteram agora os amigos de Marin, inclusive
os do MP.
A biografia do Pedro Barusco será espetacular. Saberemos
como um gerente de terceiro escalão da Petrobras atuou como único ladrão avulso
da estatal durante o governo do PSDB.
Se a Polícia Federal, o MP e a Justiça não conseguirem
esclarecer como ele agiu sozinho, por cinco anos, ficaremos na dependência da
biografia para saber como acumulou a fortuna de US$ 97 milhões. O título:
Barusco, o laranja sem dono.
O gaúcho põe tudo em compartimentos, caixinhas e esquemas
catalogáveis. Luciano Alabarse e Nei Lisboa chutam as caixinhas e comem as
tampas.
Luciano estreia mais uma direção hoje, com a peça Crime
Woyzeck, às 21h, no Theatro São Pedro (amanhã, às 21h, e domingo, às 18h). E
depois nos dias 18, 19, 20 (21h) e 21 de junho (domingo, 18h).
Luciano não é de manter a produção em dia para cumprir
carnê, ainda mais agora que faz 40 anos de teatro. Dizem que veremos coisa
forte.
E Nei Lisboa faz amanhã o show de gravação do novo disco,
Telas, Tramas & Trapaças do Novo Mundo, às 21h, no salão de atos da UFRGS.
Ainda há quem suspire: ah, se o Nei tivesse nascido no Leblon.
Até se entende o que querem dizer. Mas deixem que ele tenha
nascido aqui. No Leblon, alguém iria tentar acariocar as baladas do Bom Fim.
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