29 de junho de 2015 | N° 18209
ARTIGOS - LUIZ CARLOS BUSATO*
O PESADELO DO DESEMPREGO
Me n s u r a r o impacto das paralisações da indústria de
plataformas de petróleo na geração de desemprego no Brasil, depois da Operação
Lava-Jato, desencadeada pela Polícia Federal, é uma das tarefas da Comissão de
Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados. O
investimento de quase R$ 3 bilhões na indústria naval, que deveria gerar mais
de 20 mil empregos, direta e indiretamente, já provocou, desde novembro do ano
passado, cerca de 7 mil demissões apenas no Estaleiro Enseada do Paraguaçu, na
Bahia.
No Polo Naval do Jacuí, em Charqueadas, no Rio Grande do
Sul, mil trabalhadores foram demitidos. A indenização trabalhista foi de R$ 23
milhões e está sendo paga devido a duas ações trabalhistas ingressadas pelo
Sindicato dos Metalúrgicos. A Comissão, autoridades e entidades sindicais vão
se reunir, no início do mês que vem, em Charqueadas, para diagnosticar a crítica
situação, mas já é certo que o esquema de corrupção da Lava-Jato acabou com o
desenvolvimento e com o sonho de muitos brasileiros!
Os trabalhadores “ainda” tinham esperança. E o pior, o
desemprego cresce em todas as regiões, desde a suspensão do contrato da
Petrobras, pois Estados e municípios ofereceram diversos incentivos.
Vale destacar que a Comissão do Trabalho é permanente e atua
como mecanismo de controle dos programas e projetos do Poder Executivo. A
Comissão também está discutindo se vai aceitar os acordos de leniência com as
empresas envolvidas para que colaborem com o Estado e ressarçam os cofres públicos.
Há uma dificuldade para os acordos de leniência, neste caso, devido a sobreposição
e competências de diversos órgãos públicos envolvidos, como Controladoria-Geral
da União, Ministério Público e Tribunal de Contas da União. Audiências públicas
estão sendo realizadas, pois quem defende o acordo argumenta que evitaria a
demissão de mais 500 mil trabalhadores.
Os investimentos precisam ser retomados, com urgência! A
geração de mão de obra não pode parar. A indústria naval brasileira não pode
ser prejudicada. A bancada gaúcha na Câmara precisa apoiar e trazer recursos
para a região carbonífera do Rio Grande do Sul. É fundamental garantir as
demandas desses municípios, uma vez que o sonho acabou e ainda transformou
alguns trabalhadores em vítimas da corrupção com o desemprego.
*Deputado federal (PTB), titular da Comissão de Trabalho, de
Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados
Nenhum comentário:
Postar um comentário