04
de janeiro de 2015 | N° 18032
PAULO
SANT’ANA
O domínio da Terra
Sempre fui um atento leitor sobre tudo que se refere
à II Guerra Mundial.
Isso
encorajou-me a fazer nesta coluna um despretensioso ensaio sobre como foram
possíveis o surgimento e a desenvoltura de Adolf Hitler nas rédeas alemãs.
A
pergunta-chave desta questão é se Hitler, com sua índole belicista, se
encorajou sozinho a arremessar a Alemanha contra o resto do mundo – ou a
vocação tradicionalmente bélica alemã foi que fez surgir das entranhas da
pátria nazista um movimento que pretendia conquistar o mundo pelas armas.
Ian
Kershaw, sem dúvida o maior biógrafo de Hitler, em seu grosso volume de 1.077
páginas, que li por inteiro, tentou responder a essa pergunta.
Em
vão. O que aquela monumental obra acabou por realizar foi semear ainda maiores
dúvidas sobre essas indagações.
Muita
gente não sabe que Hitler era austríaco. E o menino Adolf, filho de um
funcionário público, acabou por sair da Áustria para tentar dominar o mundo,
mas via Alemanha.
Como
chegou até lá e o seu trágico fim o mundo inteiro o soube: suicidou-se com sua
amante Eva Braun em Berlim, pondo fim assim à guerra mundial.
Mas
o que me fascina e intriga na história de Hitler é se foi ele que levou a
Alemanha à suprema loucura da guerra ou se foi o intrínseco genoma bélico
alemão o fator decisivo para Hitler jogar a Alemanha no despenhadeiro.
Lendo
a história de Hitler, quase posso afirmar que os dois fatores se combinaram:
Hitler precisava de uma Alemanha industrial e bélica para desenvolver seu
projeto e, por sua vez, a Alemanha tinha de ter um grande líder que a
arremessasse para o sonho alemão de domínio mundial.
Foi
assim que do ventre austríaco-alemão brotou o fruto podre de Hitler sem que
ninguém jamais o tivesse abortado.
O
fato é que sem dúvida nenhum outro homem como Hitler empreendeu tão vastamente
a conquista da Terra, nem Átila, nem Gengis Khan, nem César.
Ele
foi talvez o maior estrategista militar entre os terrenos. Teve o mesmo fim,
talvez mais trágico, que seus antecessores na ambiciosa tarefa de conquistar a
Terra com uma campanha, exceção talvez aos Estados Unidos, que dominam o
planeta manejando uma simples moeda, o dólar.
MEUS
LEITORES
Sobre
“O céu de Punta”, publicada em 28/12/2014
Sr.
Paulo Sant’Ana
Estou
escrevendo esta crítica porque não concordo com o que o senhor falou de Punta
del Este. Primeiro acho que as águas de Punta del Este não são nada geladas, e
os turistas que mergulham lá mergulham porque gostam, eles não se importam se a
água é quente, gelada ou morna. Acho que o senhor é um ignorante por ter falado
que não há um negro ou negra em Punta del Este. Posso saber de onde o senhor
tirou esse dado? Usualmente não leio suas críticas porque tenho 12 anos, mas,
como a minha mãe ficou tão indignada, resolvi ler, e achei uma idiotice atrás
da outra. Quando o senhor deixar de se trancar em um cassino e comer pêssegos
doces verá que Punta del Este vai além das suas observações. Por último,
sugiro-lhe visitar o Museu do Mar, que explica toda a história de Punta del
Este.
RODRIGO
NOCCHI GUERRA
Resposta:
Rodrigo,
você tem apenas 12 anos, ainda tem muito que aprender, como eu aprendi. Mas
está no rumo certo, discordando de mim. O maior negócio do mundo, atualmente, é
discordar de mim.
O
MELHOR DE MIM
(Pensamentos
extraídos do meu arquivo de colunas:)
O
tédio é irmão gêmeo da rotina. A tristeza é irmã gêmea da mesmice. Para sair
deles e não se deixar arrastar para a depressão, na maioria das vezes é preciso
a coragem de mudar.
A
memória é que mantém o homem preso a sua vida .
É
preciso provocar momentos felizes, cavoucar nas circunstâncias da gente.
A
felicidade consiste na coletânea e recordação de grandes momentos, de instantes
de rara alegria, de passagens de imorredouro encantamento.
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