25
de janeiro de 2015 | N° 18053
PAULO
SANT’ANA
Os corretores
Andei
cogitando de comprar um imóvel. Nem sabia direito se queria comprar um imóvel
comercial ou residencial. Afinal, queria comprar um imóvel para investir.
Não
sei de que jeito um corretor descobriu que eu queria comprar um imóvel.
E,
quando um corretor descobre que um cliente quer comprar um imóvel, sai da
frente, que os corretores não trabalham sozinhos, eles atacam em bandos.
Daí que
marquei horários com diversos corretores que me procuraram e fui conversar com
eles, separados ou em duplas.
Depois
de muitos encontros, despedi os corretores sem comprar o tal imóvel que quisera.
O
fato é que os corretores que me procuraram não estavam preparados para aguçar o
meu interesse.
A
esse respeito, quero dizer que certa vez, mais de 20 anos atrás, quis comprar
um terreno e um corretor me procurou.
Levou-me
até o terreno e me mostrou aquele imóvel.
Não
sei por que cargas d’água o corretor descobriu que eu adorava árvores.
Então,
ele me levou até o terreno e começou a me mostrar o imóvel. Eu botava defeito
no terreno, dizia ser úmido, pedregoso e ondulado.
Cada
vez que eu botava um defeito no terreno, o corretor habilidosamente me dizia: “Mas
olhe bem para essa árvore, veja aquelas outras árvores que cercam o terreno, não
são umas maravilhas?”. E eu vá a botar defeito no terreno. E o corretor vá a me
mostrar as árvores.
Terminou
assim: o corretor acabou me vendendo as árvores e me dando o terreno de
lambujem.
Aquilo
é que era corretor competente.
Essa
fila de corretores que me procurou agora, na verdade, não descobriu bem o que
eu queria. Por sinal, nem eu próprio sabia bem o que queria.
Na
verdade, grande parte do que sofremos se dá por não sabermos bem o que
queremos, nem as coisas, nem as pessoas de quem devemos nos cercar.
Seríamos
imensamente felizes se tivéssemos certeza do que queremos e passássemos a lutar
para consegui-lo.
MEUS
LEITORES
- Sobre
“O preço da corrupção”, publicada em 13/12/2014
Paulo
Sant’Ana
Sou
assíduo leitor de tua coluna. Hoje deparei com teu comentário sobre o preço da
gasolina no Brasil, comparado com outros países da América do Sul. Em abril,
estive na Venezuela e, conversando com o motorista de uma van que nos levava a
um passeio turístico, fiquei sabendo que com US$ 1 compram-se 96 litros de gasolina. Fiquei cético
com a afirmativa. Ao chegar aqui, pesquisei no Google e constatei ser
verdadeira a informação. Fizemos um passeio de duas horas por Caracas e o preço
foi de US$ 30. O Google informa ainda ser a Venezuela o país onde a gasolina é mais
barata no mundo. Se tiveres dúvidas faz essa consulta.
CARLOS
ALBERTO CONY
Resposta:
Meu amigo, sei disso. Na Venezuela os combustíveis são baratíssimos. Tudo
porque a Venezuela é autossuficiente em petróleo. E quando veio a notícia de
que o Brasil passara a ser autossuficiente em petróleo, vibrei, iríamos
portanto pagar uma ninharia pelos combustíveis.
Qual
o quê! Os preços aqui mais do que dobraram depois que nos tornamos
autossuficientes. Que cruz, a brasileira!
O
MELHOR DE MIM
Pensamentos
extraídos do meu arquivo de colunas
E me
dizia um atrevido amigo
outro
dia:”Só tem uma coisa
mais
saborosa do que namorar
a
mulher do amigo: é conquistar
a
mulher do inimigo”.
É clássico
que por trás de quase todo moralista existe um cafajeste.
O
melhor da vida não é ser feliz. O melhor da vida é ir criando condições para se
tornar apto a ser feliz.
Quem
não soube amar, quem deixou escapar a magnífica oportunidade de amar para
sempre e cada vez mais, tem que, como eu, ser condenado miseravelmente à solidão.
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