RUTH
DE AQUINO
30/01/2015
20h58
Dilma se
trumbica
Tantas
foram as mentiras de Dilma sobre a Petrobras que o maior rombo a cobrir agora é
o da credibilidade
Quem
não conheceu Chacrinha, o Velho Guerreiro, talvez nunca tenha ouvido seu mote
mais popular: “Quem não se comunica se trumbica”. Era um visionário. Ele só não
previa que pessoas como a nossa presidente, Dilma Rousseff, usassem a
comunicação contra si mesmas. Quanto mais a “guerreira” Dilma se comunica, mais
se trumbica. Porque a mentira, repetida ad eternum, é uma péssima arma de
comunicação, um suicídio político. Não compensa a longo prazo.
“Você
pode enganar todo mundo por algum tempo; pode enganar alguns por todo o tempo;
mas não pode enganar todo mundo o tempo todo.” A citação é atribuída a Abraham
Lincoln, ex-presidente dos EUA. Dilma descobriu isso a duras penas. Na Base do
Planalto, a guerreira foi treinada por Lula a enganar, a gritar bravatas, a
prometer fantasias. Mas a longa permanência do PT no Poder, aliada à
determinação de alguns juízes, no Supremo Tribunal Federal e no Ministério
Público, fez ruir o castelo de cartas marcadas.
“Reajam
aos boatos, travem a batalha da comunicação”, disse Dilma a seus 39 ministros.
“Não permitam que a falsa versão se crie e se alastre”, exigiu Dilma. “Sejam
claros. Sejam precisos e se façam entender” – tudo o que Dilma nunca faz. A
presidente se enfureceu com a comunicação dos R$ 88,6 bilhões em “ativos
inflados” da Petrobras. Uma expressão em economês que nada significa para a
maioria da população. Os discursos do governo têm estado coalhados de “tolicês
compliquês”, dialeto criado para despistar a verdade.
Pesquisa
rápida revela tantas mentiras de Dilma sobre a Petrobras e sobre as contas
públicas que lhe falta credibilidade até junto a seus aliados. Eles vivem
levando bronca. Não sei quanto tempo Graça Foster suportará servir de para-raios
para Dilma.
Eis
algumas falas da presidente “estarrecida” com a “difamação” contra a Petrobras.
“Estão
querendo entregar aos estrangeiros e privatizar o filé-mignon do país, o que
havia antes era carne de pescoço”, sobre a história da Petrobras, em debate
eleitoral em 2010.
“Está
errado quando alguns dizem que a Petrobras está perdendo valor e importância no
Brasil. Manipulam os dados, distorcem análises”, em abril de 2014, em
Pernambuco.
“A
refinaria Abreu e Lima é um investimento extraordinário”, em abril de 2014. (A
construção da Abreu e Lima acaba de ser suspensa, assim como as obras das duas
refinarias Premium idealizadas por Lula no Ceará e no Maranhão.)
“Mais
que uma empresa, a Petrobras é um símbolo da afirmação do nosso país, e um dos
maiores patrimônios de cada um dos 200 milhões de brasileiros. Por isso, a
Petrobras jamais se confundirá com qualquer malfeito, corrupção ou qualquer
ação indevida de quaisquer pessoas, das mais às menos graduadas. Acreditamos na
Petrobras, acreditamos na Petrobras mil vezes”, em abril de 2014.
“A
Petrobras é a pátria com as mãos sujas de óleo. (...) As vozes dos que querem
diminuir a importância da Petrobras se perderão mais uma vez no deserto. Serão
enterradas na imensidão dos mares”, em julho de 2014. “Utilizar qualquer
factoide político para comprometer uma grande empresa e sua direção é muito
perigoso”, em agosto de 2014. “Eu farei todo o meu possível para ressarcir o
país. Se houve desvio de dinheiro público, nós queremos ele de volta. Se houve,
não: houve, viu?”, em outubro de 2014.
“Não
dá para demonizar todas as empreiteiras deste país. São grandes empresas e se
a, b, c ou d praticaram malfeitos, atos de corrupção, ou de corromper, eles
pagarão por isso”, em Brisbane, Austrália, novembro de 2014.
“A
Petrobras já vinha passando por um vigoroso processo de aprimoramento de
gestão. A realidade atual só faz reforçar nossa determinação de implantar, na
Petrobras, a mais eficiente e rigorosa estrutura de governança e controle que
uma empresa já teve no Brasil”, na posse em janeiro de 2015.
“Temos
muitos motivos para preservar e defender a Petrobras de predadores internos e
de seus inimigos externos”, na posse. “Temos de reconhecer que a Petrobras é a
empresa mais estratégica para o Brasil e a que mais contrata e investe no
país”, na semana passada, em reunião com o megaministério.
Dilma
acreditava que “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”, frase
atribuída a Joseph Goebbels, o ministro de Propaganda de Adolf Hitler. Hoje, o
desmoronamento da economia, os bilhões desviados da Petrobras, as mãos sujas de
corrupção de gente de seu partido, servidores, executivos e empreiteiros, tudo
isso sugere que a Propaganda de Dilma foi para o brejo, junto com o lento
operador do teleprompter e com a vaca que se engasgou de tanto tossir.
Quem
viu a vaca engasgada foi a ex-companheira Marta Suplicy. Ela e Dilma só
compartilham hoje dermatologista e cabeleireiro.
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