20
de janeiro de 2015 | N° 18048
LUIZ
PAULO VASCONCELLOS
POR QUE IRAO
TEATRO?
Por
que será que as pessoas ainda vão ao teatro? Eu digo “ainda” porque, quando
inventaram o cinema, metade da humanidade jurou que o teatro havia acabado. Mas
não acabou. Aí vieram a televisão, as novelas, as fitas cassete, o DVD, a
internet, os aplicativos e tudo o mais que comanda esse nosso mundo midiático.
E o teatro não acabou. Continua aí – vivo, belo e forte, em seus diversos
gêneros, estilos e formatos. Foi pensando nisso que ensaiei uma pesquisa sobre
o que leva as pessoas a irem ao teatro. Vamos a ela.
Uma
das razões – com certeza a que custa mais caro – é ter ali ao alcance da mão o
seu ídolo da televisão. Saber que depois do espetáculo você pode ir ao camarim,
antigamente para pedir um autógrafo, hoje em dia para fazer uma selfie e
espalhar pelo mundo. Sem dúvida essa é uma das razões que levam o público ao
teatro.
Outra
é o riso fácil, a piada pronta, a caricatura, o deboche, a sátira. Como as
pessoas gostam de rir do nada, apenas para passar o tempo, romper com o
cotidiano, escapar do conteúdo da família, superar a monotonia do dia a dia.
Razão pela qual predominam hoje as stand-up comedies, bem como sobrevivem ao
tempo os consagrados Homens de Perto. Sem falar do Guri de Uruguaiana, naturalmente.
Mas
tem também aqueles que vão ao teatro pelo prazer de visualizar os sonhos. Ver
imagens verdadeiras da vida, muito embora todo mundo saiba que tudo não passa
de ilusão. Mas a ilusão vai da fantasia mais suave e prazerosa ao terror que a
violência física provoca. E o surpreendente é que, por mais trágicas que essas
imagens possam ser, elas não provocam consequências funestas. Pelo contrário,
elas levam o espectador ao prazer do pensamento, à tentativa de compreensão do
tema, oportunizando o ato de repensar a visão de mundo que cada um tem.
Um
último motivo é a forma, a beleza do cenário, a adequação dos figurinos, a
magia da iluminação, o encanto da música, a poesia das palavras. Sem falar na
qualidade da interpretação dos atores, razão suficiente para uma ida ao teatro.
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