quinta-feira, 3 de junho de 2010



Índios presos por assalto

Membros de tribo caingangue são suspeitos de ataque que terminou com uma pessoa morta e outra ferida

Em mais um ataque violento a bancos no interior do Estado, cinco homens assaltaram a agência do Banrisul em Gramado dos Loureiros e ameaçaram entrar em outra, do Sicredi.

No roubo, que gerou pânico nos 2,4 mil moradores da cidade situada no extremo norte do Estado, a quadrilha matou o funcionário da prefeitura Valdecir Alves Batista, 34 anos, e baleou na cabeça Alivino Machado, 53 anos, assessor especial do governo do Estado, que estava na cidade a trabalho. Até a noite de ontem, ele permanecia em estado grave no Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo, para onde foi transferido.

A maior surpresa ocorreu quando a Brigada Militar capturou dois suspeitos de cometer o assalto, que tentavam se esconder numa aldeia indígena de Gramado dos Loureiros. Os dois são índios. Um deles confessou participação no assalto, apontando o outro como parceiro, de acordo com a delegada de polícia Cinara Freitas.

A dupla de índios foi presa nas proximidades da área caingangue de Gramado dos Loureiros, numa Saveiro preta utilizada na fuga dos assaltantes, que antes tinham abandonado e incendiado outro carro (um Corolla).

Próximo do veículo queimado foi localizado um maço de notas que teriam sido roubadas do Banrisul. Após incendiar o automóvel, o grupo teria sido guiado pelos indígenas para outro local e dado prosseguimento à fuga.

Os índios foram presos porque logo após o assalto correram com a Saveiro para dentro da reserva indígena, despertando suspeitas dos policiais militares. Ao serem abordados, tentaram fugir. Acabaram admitindo participação no roubo.

Um dos caingangues capturados, que tem antecedentes policiais por homicídio, confirmou que ele e o parceiro receberiam entre R$ 10 mil e R$ 15 mil para ajudar na fuga, sem conhecer a identidade dos ladrões armados – relato encarado com desconfiança pelos policiais.

Os índios teriam servido de guias, por conhecerem rotas de fuga e horários de passagens dos carros de entrega de dinheiro nos bancos.

A Polícia Civil investiga se os outros integrantes da quadrilha também são ligados à numerosa comunidade indígena da região, embora os índios presos tenham dito que os ladrões são de fora da cidade.

Os dois foram transferidos para Nonoai e tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça, sendo depois levados para o Presídio Regional de Sarandi.

Delegacia teve segurança reforçada por risco de invasão

Um dos indígenas presos é filho de um cacique e irmão do vice-prefeito de Gramado dos Loureiros. Temerosos de que índios da região tentassem resgatar os dois presos, policiais civis requisitaram apoio da Brigada Militar, que enviou alguns soldados para guarnecer o quarteirão onde está localizada a Delegacia da Polícia Civil de Nonoai. Não houve invasão à DP.

A quadrilha mirava o dia de pagamento de funcionários do município e de aposentadorias, e o banco havia acabado de receber os valores trazidos pelo carro-forte.

Depois de pegar todo o dinheiro que estava nos malotes, o bando fugiu atirando, para intimidar uma possível reação de policiais.

A prefeitura foi fechada, e o local, isolado para a realização de perícia. Uma equipe de peritos chegou à cidade por volta das 16h. Policiais militares e civis de toda a região faziam buscas em matagais e estradas para tentar localizar os assaltantes.

marielise.ferreira@zerohora.com.br

Hum se a moda pega já imaginou..Um gostoso Dia Santo para você. Aproveite o dia

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