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terça-feira, 22 de junho de 2010
22 de junho de 2010 | N° 16374
LIBERATO VIEIRA DA CUNHA
Muito mais amadas
Amar tem algo a ver com o tom da pele, a cor dos olhos, a textura dos cabelos? Mais uma vez me convenci que não, no último domingo.
Eu estava num dos restaurantes mais frequentados de Porto Alegre quando de repente notei que diante de mim se desenrolavam duas cenas de puro afeto.
À minha frente, na mesa da esquerda, um menino interrompia o que quer que estivesse fazendo para abraçar e beijar, sem motivo ou razão, seus pais adotivos. Na mesa da direita, uma menina fazia a mãe sorrir com seus modos serelepes.
Como sei que eram filhos de adoção? Ora, isso se nota. O menino era de um moreno acentuado, e seus pais muito louros. A menina era negra, e sua mãe muito clara.
Mas havia algo que os irmanava, pouco importam todos os matizes do universo. Era o amor. Era o modo com que o menino abraçava e beijava seus pais. Era a maneira com que a menina exorcizava todos os fantasmas íntimos de sua mãe, provocando-lhe um sorriso.
Sei que há um enorme debate sobre a adoção, e que as posições em torno do tema são não raro radicais. Não sou ninguém para pôr a minha colher em uma discussão em que estão envolvidas altas autoridades na matéria.
Ainda assim, como um simples cronista, gostaria de dizer duas ou três palavras sobre um embate ao qual não fui chamado.
A primeira delas é que os casais sem filhos têm, mais que o direito, o dever de adotar crianças largadas ao mundo.
Mais do que isso, que esses casais têm uma missão. Mais do que proporcionar uma vida confortável a seus filhos, livre da fome, da penúria e das humilhações, de garantir-lhes algo além do conforto. Falo do amor que não exige resposta.
Mas ainda há algo além do além. Quando não tiverem olhos azuis e cabelos claros, seus filhos devem sentir-se à mesma altura de seus amigos e colegas, pois todos são seres humanos.
E não é só. Jamais, em momento algum, os filhos adotivos devem se dar por inferiores àqueles que nasceram de uma gestação há muito projetada.
E por fim, mas não menos relevante, as crianças escolhidas não porque foram planejadas, mas porque foram desde sempre queridas, devem ter consciência de que são muito mais amadas.
Neste segundo dia de inverno um lindo dia para você e para quem está de aniversário hoje, os Parabéns com carinho.
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