quarta-feira, 23 de junho de 2010



23 de junho de 2010 | N° 16375
PAULO SANT’ANA


Golaço na Segurança

O Guerrinha, nosso companheiro aqui da RBS, é vidrado em turfe. Lê todas as revistas sobre cavalos, acompanha as corridas em Rio e São Paulo e no resto do mundo.

O Guerrinha é um grande apostador do turfe e já foi locutor (e dos bons) de corridas de cavalos.

Esses dias, o Guerrinha estava dormindo em casa e tocou o telefone. Era o gerente do banco:

– Guerrinha, quero te avisar que o papagaio venceu.

E o Guerrinha, ainda lutando contra o sono:

E quem foi que entrou em segundo?

Não se faz omelete sem ovos, assim como não se faz segurança pública sem policiais.

Por isso é que se deve saudar efusivamente a iniciativa da governadora Yeda Crusius de criar mais 3 mil vagas para soldado da Brigada Militar, depois que, recentemente, foram incorporados ao efetivo da força outros 3,5 mil aprovados em concurso, que já estão nas ruas.

Ao mesmo tempo, a governadora determinou que não sejam só os 157 primeiros colocados no concurso de delegado de polícia a serem chamados ao preparo da Escola de Polícia: numa guinada, vai mandar chamar 257 novos delegados aprovados em concurso.

Eles vão se somar a 605 inspetores e escrivães de polícia que estão cursando a Academia de Polícia e em breve já assumirão seus postos, ansiosamente esperados pelas delegacias do Interior e da Capital.

Nunca foram admitidos tantos policiais como ultimamente. A última grande leva de delegados foi realizada pelo governo Olívio Dutra, em 1999. Segundo Zero Hora, 147 então se formaram.

Sucessivos governos sucatearam a Polícia Civil, minguando seus quadros, de sorte que no ano passado o efetivo total era de pouco mais de 5 mil policiais, o mesmo número de 40 anos atrás, apesar do crescimento geométrico da criminalidade e sem acompanhar o acréscimo de população.

Não sei o que houve, só pode ter dado a louca na governadora para admitir tantos policiais. É tão inusitado, que parece estranho, embora se deva elogiar profundamente essa medida de tentar espalhar por todos os cantos do Estado cada vez mais policiais civis e militares.

Com estes novos 3 mil PMs que vêm aí, o déficit de pessoal na BM fica preenchido, déficit zero.

E, na Polícia Civil, é imperioso fazer crescer o quadro, as delegacias de polícia não têm dado conta dos inquéritos e de outros serviços por falta veemente de pessoal.

Espera-se, com esta ação, não que cessem as reclamações dos gaúchos quanto à falta de policiamento, mas que diminuam bastante as críticas.

Quanto mais policiais houver nas ruas e nas delegacias, quanto maior for o número de vagas nos presídios, melhor poderá se combater esta peste violenta da delinquência que se impregnou na pele do tecido social nos últimos anos como uma maldição.

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