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sábado, 12 de junho de 2010
13 de junho de 2010 | N° 16365
PAULO SANT’ANA
O fim do amor
Será possível esquecer um grande amor, mesmo que não sobreviva mais o amor?
Mais fortes que o desejo de esquecer são as transformações físicas que se abatem sobre quem terminou um grande amor, coração batendo a mil, adrenalina, borboletas no estômago.
Os médicos dizem que quem terminou um grande amor tem de reforçar as emoções negativas ligadas à pessoa e mudar o foco.
Em suma, dá para traduzir, para se esquecer um grande amor e expulsá-lo das nossas entranhas só existe uma receita: arranjar um outro grande amor.
Caso contrário, vai se repetir o ramerrão.
E diz mais um famoso neurologista: ficar só, não amar mais, não ajuda a superar o caso.
Vejam que mão de obra: seu amor pode ter azedado, mas as lembranças negativas permanecem e fazem disparar as reações físicas adversas. Ou seja, o amor perdido permanece no ser da gente, ainda que as lembranças últimas que se tenha dele sejam negativas.
Porque as impressões do namoro permanecem inalteradas.
Quando se acaba um grande amor, as impressões residuais, inclusive as manifestações físicas delas decorrentes, sequestram os pensamentos, não precisa que a gente se recorde do ex, o córtex pré-frontal traz à tona as lembranças da relação perdida, mesmo que a pessoa não faça mais parte da sua vida.
É tão grande o dano causado a uma pessoa que terminou uma relação de amor, que dificilmente ele se apagará.
O que remete ao risco que todo grande amor encerra: o do fim. Encerrar um caso de amor, portanto, não é dar fim à dor. É dar trânsito a ela com o distanciamento.
O tempo, pois, não apaga a lembrança de um grande amor. Essa recordação incômoda ou cruciante é como os vícios, não se pode livrar-se deles.
Por isso é que às vezes constatamos pessoas que praticamente tiveram suas vidas tortas ao findarem um relacionamento: por mais que dissimulem, não é difícil notar que a vida para elas se acabou.
Por onde for alguém que teve um grande amor interrompido, a lembrança dolorida do caso irá também trilhando as mesmas ruas.
Um grande amor perdido se cola ao corpo, senão como tatuagem, então como cicatriz.
É impossível apagar a sua marca. Porque ele deixou vestígios irremovíveis.
Se não arranjar um outro grande amor, você será para sempre um ser arrastado e inútil.
Pressentindo isso é que muitas pessoas revelam um temor, que chega quase à ojeriza, em se apaixonarem: sabiamente intuem que o amor pode terminar um dia e será impossível sustentar a dor da lembrança dele, repito, mesmo que já não se ame mais a outra pessoa.
É o tal de medo do amor, medo do envolvimento.
Não amar, por incrível que pareça, é melhor do que ter o coração dilacerado pela separação amorosa.
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