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quinta-feira, 24 de junho de 2010
24 de junho de 2010 | N° 16376
L. F. VERISSIMO
As chaves da caixa
Em inglês, chamam a grande área de “box”. Caixa. Pelo que se tem visto nesta Copa, um nome mais adequado seria “cofre”.
Foram poucos os times que trouxeram a combinação do cofre ou instrumentos para entrar na caixa. Daí os escores baixos, e as bolas altas substituindo as invasões terrestres da grande área rumo ao gol.
Exceções notórias foram Portugal, responsável pelo maior escore até agora (7 a 0) e cujos atacantes passearam dentro da caixa adversária como se fosse o Rocio em Lisboa – pelo menos contra a Coreia do Norte –, e a Argentina, que tornou realidade o delírio ofensivista do Maradona, pelo menos contra a outra Coreia.
A Alemanha estreou goleando e parecia que entraria à vontade em qualquer caixa que quisesse, mas era engano. Aliás, estou escrevendo antes do jogo, mas, se não se reabilitar contra Gana daqui a pouco, a Alemanha terá sido o maior engano desta primeira fase. (A França não conta. O que aconteceu com a França não foi um vexame, foi uma catarse a céu aberto).
Pelo que mostraram até agora, Argentina e Portugal têm o melhor equipamento para entrar em caixas de todos. Além do Cristiano Ronaldo e dos outros atacantes habilidosos, Portugal tem um magnífico meio-campista, em quem eu nunca tinha prestado muita atenção, chamado Raul Meireles, que joga no Porto e não apenas distribui passes como toucinhos do céu para seus companheiros como frequentemente entra na caixa para finalizar suas próprias tramas.
E em Messi, Tevez, Higuaín, Aguero e os outros a Argentina tem uma quadrilha incomparável de arrombadores de cofre. Messi, como se viu contra a Grécia, não é apenas um driblador. Passa com precisão, chuta bem de qualquer distância, é um goleador mesmo quando não marca e merece todas as odes que lhe fazem.
A euforia Argentina só vai durar enquanto durar o óbvio delírio do Maradona, claro. Mas se o delírio acabar sendo campeão do mundo?
O Brasil até agora só entrou na caixa vezes suficientes para fazer seus gols, e mais duas ou três. Tem as chaves para entrar na caixa, e habilidade para usá-las, mas não as tem usado. Contra Portugal, vai ter que perder a inibição.
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