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segunda-feira, 14 de junho de 2010
FERNANDO DE BARROS E SILVA
Lula, "um vazio" e a vuvuzela
SÃO PAULO - Já no final de seu discurso, Lula lembrou que pela primeira vez, desde 1989, seu nome não estará na urna, entre as opções para presidente: "Vai haver um vazio naquela cédula", ele disse, sorrindo. E completou: "Para preencher esse vazio, eu mudei meu nome e coloquei Dilma lá".
Foi como uma cena de sexo explícito. Mas, ao contrário do que se passa nos filmes pornô, Lula estava sendo espontâneo. Seu regozijo era genuíno. Um pouco antes deste momento culminante da convenção do PT, ontem em Brasília, o presidente já havia deixado escapar:
"Como eu queria ser economista e não sou, escolhi para ser presidente uma economista". Dilma apenas sorria, empetecada.
"Mudei de nome", "escolhi para ser" -Lula deu seu show de sinceridade. Depois que Serra o comparou a Luís 14, Luiz da Silva à sua maneira responde: Dilma sou eu! Expôs ao mesmo tempo a força da candidatura e a fragilidade da candidata.
Isso ficou mais uma vez patente quando a própria Dilma tomou a palavra. Fez um discurso tecnocrático, modorrento, sem ênfases ou graça. A plateia se dispersou e cochichava bastante enquanto a petista falava em "óleo cru" do petróleo ou na nossa "robusta poupança". Uma amiga resumiu o tédio: "Ai, cadê a minha vuvuzela!?".
Nada disso importa muito para efeitos de campanha. A plateia estava lá para enfeitar o show muito bem montado por João Santana, o marqueteiro. Se o PSDB fez, no sábado, um espetáculo mambembe, com repentistas e motivos nordestinos, o PT fez uma festa hollywoodiana, uma convenção à americana, sem medo de ser "mainstream".
Tudo girou em torno da celebração da "mulher brasileira", tudo foi produzido para ligar Dilma à identidade feminina. No final, uma fila de meninas, ainda crianças, desceu de uma escada até o palco. Vestiam branco, cada uma com sua faixa presidencial. Havia algo de Cinderela no ar. E ficou no ar a sensação de "um vazio naquela cédula".
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