Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
24 de junho de 2010 | N° 16376
LETICIA WIERZCHOWSKI
Manotecnologia
Muito se fala em nanotecnologia. É nanotenologia pra cá, nanotecnologia pra lá. A nanotecnologia passou a imperar na medicina, na indústria farmacêutica e estética, na indústria da computação, na aviação… A nanotecnologia é a grande revolução da sociedade moderna.
Pois aqui em casa estamos desenvolvendo a tese da “manotecnologia”. Se você tem dois filhos, sabe do que eu falo. Chega uma primeira criança na casa, e ela aprende a mamar, balbuciar, dar os primeiros passos e, por fim, falar, correr e comunicar seus desejos, raciocínios e descobertas.
Chega outra criança na casa, e esse segundo filho parece já ter nascido com a tecnologia do anterior embutida nele. Não tem a ver com inteligência, mas com rapidez – todas as fases do processo de desenvolvimento são queimadas num velocidade muito maior do que no primeiro caso. E fases novas, de um processo muito adiantado, são aprendidas mimeticamente, de maneira espontânea.
É a “manotecnologia”. Meu filho de nove anos aprendeu a fazer uma “lambreta” ou “chaleira” aos 7, pois o de 2 anos já anda aos pulos pela sala com uma bola no meio das pernas. O filho de nove anos assiste aos jogos da Copa com a camisa da Seleção Brasileira.
No primeiro jogo, semana passada, o filho de dois anos viu a camisa do mano e gritou: “Brasil, Brasil!”. Depois correu até o seu quarto, revirou umas gavetas e voltou com a camisetinha da Seleção que o irmão usou há duas Copas Mundias.
Nem me perguntem como o pequeno soube localizá-la em questão de poucos segundos. “Manotecnologia” é mais ou menos isso: a absorção, por imitação e aprendizado, de modos comportamentais e gostos muito superiores à idade. É um processo livre, natural e fantástico, no qual os pais ocupam o papel de meros espectadores, numa dinâmica que flue com perfeita naturalidade entre o maior e o menor elemento – quando a gente se mete, estraga tudo.
Assim, enquanto o filho mais velho joga Wii, o caçula pula pela casa com os controles do ar-condicionado, fazendo manobras em imaginárias quadras virtuais. Jogos, conceitos, gestos, frases e manias: a manotecnologia impera. O mais velho é colorado? O menor também, e de forma tão completa que “ser torcedor do Inter” deixa de ser um conceito e passa a ser um instinto. Bem, talvez a coisa mude com o passar do tempo, e venhamos a ter brigas durante os jogos do Gauchão.
Ainda não tenho dados suficientes para emitir uma opinião segura a respeito, mas meu marido e eu estamos em plena pesquisa de campo. E nos aproveitando desse fenômeno: o melhor modo do nano colocar sua touca de lã é o mano vestir a dele antes.
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