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quarta-feira, 9 de junho de 2010
09 de junho de 2010 | N° 16361
DIANA CORSO
Torcedoras
Existem mulheres que genuinamente gostam de futebol, infelizmente não estou entre elas. Muitos acham que é um embuste, um subterfúgio feminino para aproximar-se “deles”, invadir a reserva ecológica dos maridos.
Mas os fatos são eloquentes: hoje, discussões que envolvem termos como meia-esquerda e ponta-direita, a escalação do time adversário no campeonato passado, os cabalísticos números 3-4-2, 4-4-2, assim como as incompreensíveis tabelas, incluem um número crescente delas; além disso, os times femininos de futebol já ocupam espaço nas canchas e elas levam a sério seu esporte. Céticos insistem que isso é mimetismo com os nativos do futebol, os machos.
Elas deviam ater-se a esportes que incluam saltos de gazela e shortinhos, sem encontrões e caneladas. Na dúvida, assista a um bom jogo de vôlei feminino para ver toda a “delicadeza” requerida.
A identificação com os gostos e hábitos masculinos foi uma tendência forte entre as mulheres que queriam ser livres. Na contramão disso, hoje existem também muitos homens, com H, que descobrem os encantos de atividades outrora femininas, como cuidar da própria imagem. São homens que ficam aliviados de poder duvidar e fraquejar, sem ter vergonha disso, e que gostam inclusive de conviver e cuidar dos filhos.
Queira-se ou não, os sexos se misturaram, e arejar as identidades sexuais não é ruim, apenas é recente. Porém, sem referenciais tradicionais nas quais espelharem-se, ambos os sexos partilham o mesmo desamparo, ainda carecem dos parâmetros da mãe refém do lar e do pai ao qual cabia reinar e sustentar.
Faltam-lhes também utopias, religiões poderosas, identidades nacionais, autoridades confiáveis. Quando os tronos ficam vagos, o futebol como valor mais alto se levanta: é algo para pertencer e acreditar.
Um time é uma nação sem fronteiras, todos cabem, seu coração é grande como o de uma mãe. Ele é um valor em si a ser adorado, mesmo quando cai para a segunda divisão.
Confiaremos na vitória de nosso time como esperamos que nosso pai seja grande, por isso reagimos com fúria quando ele nos desilude. Sem problema, ele pode ser duramente criticado, igual nossa adesão é incondicional.
As mulheres, por sua vez, não mais são entregues no altar, passando da posse de um homem para a ingerência de outro. Agora, ser protegida e passiva não passa, para elas, de fantasia sexual ou devaneio romântico.
Portanto, se a pátria da bola oferece guarida aos desamparados, por que isso seria restrito a um sexo só? De qualquer maneira, da próxima vez que tentar compreender o que é um impedimento, vou perguntar para uma mulher.
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