segunda-feira, 7 de junho de 2010



07 de junho de 2010 | N° 16359
PAULO SANT’ANA


Ataque de feridas

Quando terminou o jogo de ontem no Morumbi, todos restavam perplexos: como é que o Grêmio, que perdera nada menos que sete gols feitos na partida, tinha saído derrotado por 3 a 1?

Perguntem ao presidente do Grêmio por que esse resultado nos deixou a todos abobalhados.

Porque o neófito presidente do Grêmio, que gasta uma fortuna com a folha de pagamento do elenco, não conseguiu ter a clarividência de escolher dois ou três jogadores mais razoavelmente eficientes para jogar no ataque do Grêmio que esses dois varzeanos, William e Roberson, para pôr no lugar de Borges e Jonas, impedidos de jogar.

Apesar do espanto que causou a todos que o Grêmio, melhor em conjunto que o São Paulo, no jogo, tivesse sido o perdedor de uma partida em que o maior número de chances tivesse sido do tricolor gaúcho.

Mas a verdade é que foi um resultado lógico. O São Paulo é melhor time do que o Grêmio porque tem melhores jogadores que o Grêmio.

O Grêmio do senhor Duda Kroeff consegue a façanha de disputar este campeonato nacional sem nenhum jogador que possa atar as chuteiras do Dagoberto, que ontem marcou três gols.

O Grêmio deixou ontem de entrar para a zona da Libertadores porque a cegueira do presidente do Grêmio deu ao treinador Silas somente dois atacantes, Jonas e Borges, quando no mínimo qualquer time que dispute Brasileirão terá de ter quatro atacantes satisfatórios, dois para a reserva à altura dos titulares.

Mas vai exigir-se que o presidente do Grêmio, que não entende nada de futebol, vá saber disso?

O que ele sabe é colocar uma série de feridas à disposição do treinador Silas. Não há treinador que consiga resistir à incompetência dos seus dirigentes.

O Grêmio é hoje um time com um grande treinador e com alguns péssimos jogadores de futebol, amontoados com zelo e cuidado incompetente dos seus dirigentes, que escolheram a dedo laterais medíocres e reservas do ataque de ruidosa e ostensiva ruindade.

Então, era para o Grêmio, o grande Grêmio bicampeão da Libertadores da América, se apresentar no campeonato nacional, o mais importante de todos os certames para o clube, com William e Roberson?

Isto não é só um desastre para os torcedores do Grêmio, mas é acima de tudo um atentado ao futebol. Pelo amor de Deus, que não me ponham mais esses jogadores varzeanos a jogar pelo Grêmio: isso é coisa de dirigente que nunca teve intimidade com o futebol. Isto é um desaforo.

Estou assim veemente porque ontem era um jogo decisivo. Se o Grêmio ganhasse, entrava para a zona da Libertadores, se perdesse, iria beirar a zona do rebaixamento.

Este campeonato nacional é o mais fácil que já vi para ser campeão ou terminar na zona da Libertadores: basta ver que o Ceará está na ponta da tabela.

E o Grêmio apresenta aquelas feridas de jogadores concluindo para os céus aquelas sete oportunidades de gol que tiveram? Logo ontem, que tudo se decidia?

E estou tentando salvar dessa irritante e aviltante situação em que o Grêmio está no campeonato nacional o treinador Silas.

Tanto Silas é um grande treinador, que armou um time ontem que dominou o São Paulo em pleno Morumbi.

Tanto Silas é um grande treinador, que conseguiu levar a reboque o Grêmio para o título de campeão gaúcho, apesar de a direção do clube ter-lhe dado um plantel de muitos medíocres e pernas de pau, claro que o Gauchão foi conseguido com calças na mão, perdendo o último Gre-Nal e sendo campeão no regulamento, contra um Internacional que tinha perdido para o São José por 3 a 0.

Chega de inocentes na presidência do Grêmio. A torcida quer time e não aquele insulto de William e Roberson na hora de decidir se se vai para o topo da tabela.

É preciso urgente conseguir alguém que entenda de futebol para ser o próximo presidente do Grêmio.

Chega de noviços na direção do Grêmio!

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