Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
terça-feira, 2 de outubro de 2007
02 de outubro de 2007
N° 15384 - Liberato Vieira da Cunha
O teste da caneta
Você sabe o que é o teste da caneta? Eu também não sabia, mas aí li que um grande cientista não começava jamais a trabalhar antes de dar um giro em sua Montblanc.
Se ela parasse em determinada direção da rosa-dos-ventos, o professor não esperava nada do que quer que fizesse. Trocava o jaleco de pesquisador por um campo de golfe.
Não sei se a história é verdadeira, mas já notei que em certas ocasiões se acumulam todas as dificuldades do mundo num breve espaço de tempo - o que é desanimador para quem não tem uma Montblanc nem é sócio de um clube de golfe.
Peguem, digamos, a última sexta-feira de inverno. Bastou levantar para que eu percebesse que uma infiltração de água começava a alcançar as proporções do Rio Amazonas. Soou o telefone. Alguém me oferecia um cartão de crédito que eu não pedira.
Não havia jeito de fazer calar a moça, que me recitava uma fórmula decorada de telemarketing que parecia não ter fim.
Essa chamada foi seguida de duas outras, uma para me vender a assinatura de uma revista que eu não queria e outra solicitando um auxílio para uma sociedade beneficente que eu nem sequer sei se existe.
Mas vamos em frente: faltou energia no elevador, o que me obrigou a uma pouco inspiradora entrevista com sombras e espectros. À tarde me chegou o orçamento de uma pane trivial em um eletrodoméstico: pelo preço, era melhor comprar um novo.
Então me ligam de uma editora, famosa por seu catálogo de autores. O livro que eu encomendara estava fora de estoque e só seria reprogramado para o ano que vem.
Foi aí que comecei a refletir sobre a palavra azar. O dicionário mais próximo nada me esclareceu. "Sorte contrária, revés, infelicidade, infortúnio" - explicava. Tenho alguma intimidade com dicionários. Aprendi que, quando um não sabe definir o significado de uma palavra, enfileira uma coleção de exemplos.
Muito bem, pensei, não tenho noção exata do que é azar. Mas por que todos os azares têm uma vocação irresistível de cair no mesmo dia?
E como sou um homem prático, anotei desde já em minha lista de bons propósitos para 2008: comprar uma Montblanc e me associar num clube de golfe.
Uma excelente terça-feira para todos nós, esta que marca o dia Nacional do Notário, em que os tabeliães estarão a disposição da população para informações.
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