segunda-feira, 22 de outubro de 2007


RUY CASTRO

Roncos

RIO DE JANEIRO - Não se sabe como eles chegam a esses números, mas calcula-se que haja no Brasil 6 milhões de pessoas que roncam consistentemente. Ou seja, todas as noites e a noite toda.

Seis milhões de pessoas são a população do Rio. Pois imagine toda a população do Rio roncando em uníssono. Do Guaporé para baixo, incluindo a Serra do Roncador, ninguém no país conseguiria dormir.

Por sorte, esses 6 milhões de roncadores estão distribuídos entre os 180 milhões e quebrados da população. Dá a média de um cidadão roncando para 30 que não sofrem do problema, mas que podem estar ao alcance sonoro do roncador.

O ronco parece ser uma conseqüência do estreitamento das vias aéreas do indivíduo, provocado por fatores como excesso de álcool e sedativos, dormir de barriga para cima e outros. A ciência ainda não descobriu uma cura efetiva.

Enquanto isso, as vítimas dos roncadores continuam a apelar para métodos pouco científicos, como chutes na canela ou cutiladas com o cotovelo nas costelas de seus algozes.

Segundo o noticiário, um professor de ciência da computação da Universidade de Rostock, na Alemanha, acaba de inventar um paliativo: o travesseiro computadorizado.

Trata-se de um travesseiro feito de compartimentos inflados com maior ou menor pressão, ligado a um computador que se coloca na mesinha de cabeceira.

O computador "ouve" o ronco e o analisa em comparação com outros ruídos de seu banco de roncos.

Define a intensidade das vibrações e, de acordo com o resultado, enche ou esvazia certos compartimentos do travesseiro, movendo com isso a cabeça e o pescoço do roncador, até achar a posição ideal de não-ronco.

Se, depois disso, o cônjuge não parar de roncar, sempre se pode apelar para o chute na canela ou a cutilada nas costelas.

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