sexta-feira, 26 de outubro de 2007



26 de outubro de 2007
N° 15399 - Paulo Sant'ana


Sem CPMF

Essa quadrilha que a Polícia Federal desbaratou em Gravataí tinha uma atividade intrigante: fabricava cédulas de R$ 5, R$ 10, R$ 50, R$ 100.

E já vinha fabricando dinheiro há muito tempo, a polícia apreendeu R$ 1 milhão, mas calcula que R$ 12 milhões produzidos pelo bando devam estar circulando.

Eu fico a cismar sobre a emoção de que estavam tomados os 12 integrantes dessa quadrilha, já estavam milionários. E continuavam a fabricar R$ 15 mil por dia, só deviam ter o trabalho de trocar nota por nota no comércio, para não dar na vista.

Nem o petróleo nem a cocaína produzem um lucro igual, próximo dos 100%.

As cédulas eram quase perfeitas. Deve ser uma sensação inigualável de felicidade poder fabricar dinheiro dentro de casa.

Sem CPMF.

A Rede Bandeirantes divulgou ontem à noite uma notícia curiosíssima: um rapaz de 19 anos foi visitar um tio na Colônia Penal Daltro Filho, em Charqueadas. O tio do rapaz cumpre pena no regime semi-aberto.

O rapaz decidiu permanecer no presídio e só saiu de lá três dias depois, descoberto pela guarda numa revista.

Declarou o antípoda de foragido que a comida do presídio era muito boa, valia mais a pena que a liberdade.

O vice-diretor da Colônia Penal, Marcos Pízzio, declarou à reportagem: "Até os próprios presos estão surpresos com esta novidade, alguém querer ficar por vontade própria num lugar de que todo mundo quer sair, todo mundo quer ir embora, né?"

Esse homem confirma que a vida aqui fora da prisão está muito difícil, talvez seja também por isso que o Papagaio apresentou-se.

Não tenho qualquer crítica a que à carceragem do presídio tenha escapado que um homem livre estava preso.

Até mesmo porque existem só cinco agentes para vigiar 300 presos no semi-aberto.

E não há nada mais difícil do que vigiar uma prisão, tanto que na Penitenciária Estadual do Jacuí, anteontem, foi revistado à entrada um pequeno freezer que tinha sido mandado para conserto.

Olhem o que a guarda encontrou oculto nas estreitas paredes e tampa do eletrodoméstico: envolvidos em plástico e protegidos por isolantes térmicos, 32 celulares, carregadores, baterias, três pistolas e um revólver, além de munições.

E depois não se sabe como entram armas e celulares nos presídios. Entram de todas as formas, é humanamente impossível aos agentes penitenciários truncar todas as tentativas de contrabando.

Começa a mil a Feira do Livro e já às 19h30min do próximo domingo o jornalista Flávio Tavares autografa seu livro O Che Guevara que Conheci e Retratei.

Até hoje o Flávio Tavares convive com um dilema: ele deveria ter fotografado Che Guevara fazendo aplicação da sua bombinha contra asma num palanque do encontro da OEA em Punta del Este?

Acho que fez bem ao não fotografá-lo, a um jornalista por vezes cabe preservar a privacidade de uma celebridade.

O dr. J. C. Riccardi Guimarães, dermatologista especializado em câncer de pele, está levando à frente a 1ª Cavalgada contra o Câncer do Hospital Santa Rita, referência internacional no tratamento, prevenção e protocolos de estudos dos mais diferentes tipos daquela doença maligna.

Oitocentos cavalarianos vão sair do teatro Pôr-do-Sol e transitar por Porto Alegre no próximo dia 11 de novembro, chamando a atenção da população para a luta contra o câncer, este inimigo comum que ceifa tantas vidas, mas no Hospital Santa Rita outras incontáveis são salvas.

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