Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
24 de outubro de 2007
N° 15397 - Paulo Sant'ana
Cadeia lá longe
Interessante este mundo em que vivemos. Por toda parte se ouve um clamor para que se prendam os criminosos.
"Cadeia para os bandidos e assaltantes", grita-se para todos os lados.
No entanto, bastou que o governo anunciasse que um presídio-modelo será construído na divisa de Alvorada com Viamão para que as comunidades desses dois municípios se lançassem a uma campanha e mobilização para não deixar que seja ali erguido o presídio.
Isso já aconteceu em vários municípios da Grande Porto Alegre, entre eles Portão e São Leopoldo: ninguém quer presídio em seu território.
E alguns dos municípios que querem ver de longe os presídios ostentam os mais altos índices de criminalidade em seus territórios.
Eu não sei o que pensa essa gente. Uma cidade compreende locais agradáveis e desagradáveis, bares, restaurantes, boates, igrejas, escolas, mas também necrotérios, cemitérios e presídios.
Tudo convém para o homem ser completo, o ângulo obtuso e o ângulo reto, junta-se um hemisfério a outro hemisfério, o carpinteiro que fabrica as mesas faz também os caixões do cemitério, diz o meu poeta Augusto dos Anjos.
Mas as pessoas e as comunidades não querem nem saber disso, consideram abjeto e inconveniente um presídio em suas cidades, como se se constituíssem em grupos angelicais, imunes a todos os defeitos humanos, incapazes de vizinhar com o crime e a degradação, nem que seja para corrigi-los.
"Prendam e arrebentem", gritam as multidões de hipócritas. "Mas prendam e arrebentem bem longe daqui", arrematam esses sepulcros caiados.
Comemora hoje 80 anos de idade um querido colega que dedicou toda a sua existência para a comunicação: Glênio Reis.
Há décadas serve à RBS com sua enternecedora sensibilidade musical e poética.
Alguns dos melhores instantes da música popular brasileira ele revive todos os sábados à noite na Rádio Gaúcha, com índices de audiência surpreendentes para o dia e horário.
Glênio começou na Rádio Difusora como disc jockey, logo passando aos auditórios como animador. Nos primeiros anos da TV Gaúcha, apresentava o GR Show, desfile de intérpretes locais e do centro do país de grande sucesso nas tardes de sábado.
Além disso é um grande praça, um sujeito de grande coração, um papo agradável raro na azáfama deste nosso cotidiano turbulento.
A sua paixão gremista, apesar de fervorosa, nunca foi agressiva aos torcedores rivais.
O Criador teve o cuidado de preservá-lo durante 80 anos para o encanto dos seus amigos e dos seus ouvintes.
E vai ainda mantê-lo entre nós, aleluia, durante largos anos.
Um abração que nasce do coração, amigo Glênio Reis.
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