quarta-feira, 24 de outubro de 2007



24 de outubro de 2007
N° 15397 - Martha Medeiros


Beatles forever

Em termos de música, minha filha mais velha é eclética: adora Cake, Gotan Project, Jorge Drexler e bandas japonesas. Minha filha mais nova, claro, é vidrada em High School Music. Outro dia elas se viraram pra mim e perguntaram: e tu, mãe? Qual tua banda preferida?

Meu Deus, lá vou eu dar a mesma resposta que dou desde que tinha a idade delas.

- Beatles.

Culpa da nostalgia. Desde menina tenho adoração pelos quatro rapazes de Liverpool. Por que esse assunto agora? Porque eles estão aí, de novo.

Estava tranqüila da vida zapeando com o controle remoto quando vi Oprah Winfrey entrevistando a diretora de cinema Julie Taymor, que falava sobre seu filme Across the Universe. Será o que estou pensando? Aumentei o volume.

Era o que eu pensava. Julie dirigiu um musical moderno, com elenco jovem e desconhecido, que conta, através das letras dos Beatles, uma história de amor com imagens totalmente oníricas, delirantes, criativas.

Instantaneamente, me veio à cabeça o filme The Wall, com trilha sonora do Pink Floyd (um marco da animação musical) e também do Hair, um filme que ressuscitou a Era de Aquário para adolescentes que não tiveram tempo de ser hippies.

Pois agora surge Across the Universe com o mesmo espírito forever young. Se você é um fanático por Beatles como eu e ainda não sabe nada desse filme, acesse www.sonypictures.com/movies/acrosstheuniverse e comece sua própria contagem regressiva.

Semanas atrás, escrevi sobre minha dificuldade em me programar para o futuro, e citei como exemplo o espetáculo que o Cirque du Soleil fará em maio de 2008 em Porto Alegre.

Não comprei ingresso, mas se o espetáculo, em vez do Alegrií, fosse o Love - todo com música dos Beatles - eu compraria ingresso nem que fosse para daqui a 10 anos. Isso diz muito sobre o que John, Paul, George e Ringo representam pra mim.

A estréia do filme, no Brasil, é em 7 de dezembro. Praticamente amanhã. Mas nunca vi um amanhã tão distante.

Isso de criar expectativa é uma cilada, porque geralmente ela reforça uma ilusão e na hora H a coisa nem é tão bacana assim. Vale para promessas de emprego, encontros amorosos e viagens: o mar do cartão-postal é sempre mais azul.

Mas no caso do filme Across the Universe, duvido que me frustre. Ao contrário, mal posso prever o que vou sentir, o tamanho da emoção. Por via das dúvidas, já estou estocando lenço de papel. Em se tratando de Beatles, nenhum exagero é pouco.

Ótima quarta-feira, dia que representa sempre o Dia Internacional do sofá. Aproveite.

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