Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
terça-feira, 30 de outubro de 2007
30 de outubro de 2007
N° 15403 - Luís Augusto Fischer
História de um professor
Muito livro bom de comprar na Feira, que o senhor sabe que já começou, certo? Vou me limitar a sugerir apenas um, agora. Mas é um que vale muito a pena, pelos vários sentidos que guarda em si. O livro se chama Fernando Gomes: Um Mestre no Século XIX e é de Celia Ribeiro, com edição da L&PM.
O primeiro grande gosto: a narrativa nos transporta, delicada e competentemente, para o último terço do século 19 em Porto Alegre, para contar a vida do sujeito mencionado no título.
Nome de certa fama, já que está homenageado justamente como designação de colégio; mas seria um a mais entre os tantos nomes que desfilam na vida de alunos e de cidadãos em geral - Emílio Meyer, Coruja, Hilário Ribeiro, Apolinário Porto Alegre, Júlio Grau - como palavras mais ou menos vazias de sentido (os mencionados foram todos professores de grande papel na história de Porto Alegre).
Seria mais um, o nome de Fernando Gomes, não fosse o trabalho paciencioso, competente e, nota decisiva, amoroso que Celia Ribeiro desenvolveu, na pesquisa e na redação do livro.
Em tudo houve empenho pessoal da autora. Fernando Gomes, o professor cuja história se conta aqui, foi seu bisavô, o que pode ser interpretado como uma facilitação para o trabalho, mas pode também, vistas as coisas mais de perto, funcionar como entrave.
Quem de nós aceita o risco de ir atrás de figuras do passado familiar, com a disposição de encontrar talvez alguma surpresa não muito canônica pelo caminho?
Celia constatou, por exemplo, que duas de suas ancestrais foram "expostas", isto é, crianças que por algum motivo foram dadas para criação mediante aquele antigo artifício que a Santa Casa disponibilizava, exatamente para acolher filhos indesejados.
Foi nisso coragem, portanto, e também o gosto pela verdade, que deve estar sempre no coração de quem penetra na seara da memória e da história.
Nem precisa dizer que a Celia sabe escrever bem há muito tempo; mas vale a pena lembrar que seu metiê reside, habitualmente, bem distante do âmbito agora freqüentado, o relato de matéria histórica, coisa bastante diversa do comentário de comportamento. Ela mesma diz, em nota do livro, que teve medo de enfrentar a tarefa.
Pois saiu-se agradavelmente bem, muito bem: lê-se o resultado de seu trabalho como um passeio àquele mundo, que mistura luta pela vida, temporada no Rio de Janeiro para estudos, volta a Porto Alegre para instalação de escola, a relação profunda com vários alunos (alguns dos quais entraram para a história local, como Júlio de Castilhos), mais família e alguma política.
Aquele Fernando Gomes que viveu entre 1830 e 1896 ganhou vida nas páginas do livro, ficando à disposição de quem se interessa pelo passado que compartilhamos, na cidade de Porto Alegre. Um exemplo para outros trabalhos que nos contem as histórias dos maiores.
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