sábado, 8 de fevereiro de 2025



08 de Fevereiro de 2025
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

O gargalo da falta de estrutura aeroportuária

As circunstâncias da queda do avião em São Paulo, que resultou na morte do advogado gaúcho Ma´rcio Louzada Carpena e do piloto Gustavo Medeiros, ainda estão sendo investigadas. Mas não é de agora que especialistas em aviação têm alertado sobre os gargalos na infraestrutura aeroportuária no Brasil. Essa preocupação já havia aparecido após a tragédia aérea em Gramado, que matou o empresário Luiz Cláudio Galeazzi e outras 11 pessoas.

Conforme o professor Lucas Fogaça, coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da Escola Politécnica da PUCRS, os aeroportos não têm se expandido muito - nem em número, nem em infraestrutura:

- A demanda aumentou muito no Brasil e hoje é um gargalo. Então, não conseguimos ter mais voos e mais competitividade entre as (companhias) aéreas, em parte, porque a infraestrutura não comporta.

Na Região Sudeste, o coração da aviação no Brasil, há um "problema de pátio".

- Se um aeroporto grande, tipo Guarulhos, Congonhas ou Galeão, fechar por meteorologia, por exemplo, as aeronaves têm dificuldade de achar lugar para alternar porque não há espaço para estacioná-las - afirma.

Fogaça destaca que o Brasil chegou ao limite da infraestrutura aeroportuária:

- Isso afeta a segurança de voo indiretamente. Força as empresas a operarem mais perto do limite.

Especialista em segurança de voo e examinador de pilotos da Agência Nacional de Aviação (Anac), Fábio Borille afirma que, para aviação regional e principalmente aviação particular, há déficit de lugares que tenham estrutura, procedimentos de chegada e saída, áreas de escape.

- O que acontece no Brasil: constrói-se um aeroporto em uma fazenda meio afastada e começa-se a morar em volta, como ocorreu em Congonhas ou com o Campo de Marte (de onde decolou o avião acidentado nesta sexta-feira). Não se consegue expandir para lado algum porque a cidade cresceu pra ali - explica.

Ele também destaca a necessidade de se pensar sobre infraestrutura que auxilie os procedimentos de voo por instrumentos.

- Em Canela, temos uma pista com obstáculos na cabeceira, árvores, etc. Se espichou a pista um pouco, mas não há como aumentar muito mais, porque há hotel, casas. Tinha-se operação noturna com balizamento, mas roubaram os fios. Falta de segurança.

Olhar para o RS

Assim como Fogaça, Borille também ressalta a falta de opções para pousos. Segundo ele, ao voar no RS durante a noite, caso ocorra alguma emergência, as opções de pouso são em Porto Alegre ou "volta", o resto é "quebra-galho".

- Eu já tive problema saindo de Ijuí, na época do Salgado Filho fechado ainda. Vim para Belém Novo, estava com teto baixo, chuva, etc. E tive de voltar para Florianópolis, mas não tinha nenhum aeroporto com uma infra que tivesse um abastecimento. Torres seria o melhor, mas não tem abastecimento. Nos Estados Unidos, tem bastante, as pistas são boas, não tem buraco, são largas, são compridas, tem abastecimento. _

O encontro entre dois Franciscos

Mais uma família gaúcha teve um encontro com o Papa Francisco, porém, desta vez, teve um sentimento diferente. Isso porque foi entre o pequeno Francisco Lavarda Lacourt, de nove anos, com o Pontífice. O fato ocorreu no primeiro sábado do mês, na Basílica de São Pedro.

De Santiago, na Região Central, Francisco, o gaúcho, está visitando a Itália, onde já está a prima de segundo grau Jéssica Crestani, que, apesar de ser de Porto Alegre, está morando há quatro meses no país.

Os dois e mais familiares foram a Roma com a meta de ver o Papa, mas não imaginavam que o encontro seria tão próximo.

- Era um evento fechado. Eu não tinha convite. Tinha uma fila enorme para tentar entrar, então conversei com Deus como: "Ou é agora ou nunca".

Para ela, Deus atendeu:

- Então, fui falar com um guarda para pedir informações e falei que queria ver o Papa. Ele puxou um ingresso e me deu. Então eu disse: "E a minha família?". Perguntou quantos eram. Falei que eram sete e ele se espantou. Olhou para outro colega e conseguiu os bilhetes.

Na Basílica, sentaram em um ponto onde o Papa passaria.

- Depois da celebração, levaram ele de cadeira de rodas pelo corredor. Quando passou, meu primo (pai de Francisco) disse ao Papa que o nome de Francisco era em homenagem a ele. O Papa virou, sorriu e entregou um doce. _

Entrevista  Antonio Weston
Chefe do serviço de Cirurgia Geral da Santa Casa de Porto Alegre

"É a primeira vez que um gaúcho vai a um evento desses"

O chefe do serviço de Cirurgia Geral da Santa Casa de Porto Alegre, Antonio Weston, foi convidado pela Associação Internacional de Câncer Gástrico para participar do Consenso Internacional, evento que reunirá 30 especialistas da área na Itália em outubro.

Qual o papel da associação?

É a entidade que normatiza e determina as diretrizes para o tratamento do câncer de estômago no mundo. A associação começou no Japão e tem sedes no mundo inteiro. Ela determina as diretrizes e as normativas do tratamento da doença. A cada dois anos, um encontro é realizado em um país. Em 2025, será na Itália.

O que é decidido no Consenso Internacional?

As diretrizes principais do tratamento da doença. Um exemplo: um doente tem um diagnóstico de câncer de estômago. Como ele vai ser tratado? Com cirurgia ou com quimioterapia? Quem determina isso é a Associação Internacional de Câncer Gástrico. E isso sofre inovações à medida que o tempo vai passando. Para isso que é realizado o consenso.

Por que o senhor foi escolhido para participar?

É resultado de uma trajetória de 25 anos. Comecei em 1999, na Associação Brasileira de Câncer Gástrico. Fui presidente entre 2019 e 2023. Já somos referência internacional na doença, no tratamento e no conhecimento científico, mas é a primeira vez que sou convidado para um consenso dessa magnitude. É o principal evento do mundo na área.

Qual a importância de o RS estar presente?

É o Rio Grande do Sul e o Brasil participando. Somos os únicos dois médicos (além de Antonio Weston, há um profissional de São Paulo que participará do encontro). Para mim, é uma honra. Estarão lá os principais experts no mundo. É um reconhecimento internacional no tratamento dessa doença. É a primeira vez que um gaúcho vai a um evento desses. _

Cartões de auxílio material escolar

Os cartões de Auxílio Material Escolar da Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre (Smed) serão distribuídos às direções das escolas da rede municipal de ensino na quarta-feira. A partir de quinta-feira, pais e responsáveis já poderão retirar o item nas escolas.

Os cartões de débito, emitidos pelo Banrisul, contêm valores que variam de R$ 124,04 (berçários 1 e 2) até R$ 156,64 (anos finais - Ensino Fundamental). 

INFORME ESPECIAL

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