quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025



20 de Fevereiro de 2025
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

Denúncia preserva Forças Armadas como instituição

Apesar de denunciar 23 militares, entre eles sete oficiais-generais e ex-comandantes, pelo esquema golpista, a PGR, acertadamente, preservou a instituição, isentando-a da trama.

Na página 21 do documento, o procurador-geral Paulo Gonet afirma que o "próprio Exército foi vítima da conspirata". Acrescenta que "sua participação no golpe foi objeto da constante procura e provocação por parte dos denunciados".

Como já demonstrado nesta coluna, generais que resistiram ao assédio sofreram perseguição orquestrada por seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ainda na página 21 da denúncia, a PGR afirma: "Os oficiais generais que resistiram às instâncias dos sediosos sofreram sistemática e insidiosa campanha pública de ataques pessoais, que foram dirigidos até mesmo a familiares".

Embora a maioria dos militares tenha votado em Bolsonaro na eleição de 2018 - e seja amplamente simpática à agenda do ex-presidente -, não se pode generalizar como aderentes à ideia da quartelada. Muito menos a instituição. Ainda conforme o texto, "as contínuas agressões morais se davam sempre no propósito de impeli-los ao movimento rebelde, servindo de indutor a que outros militares, embaídos pelo degenerado sentimento de patriotismo de que a organização criminosa se servia, formassem com os insurretos".

Vale lembrar que oficiais que não aderiram à trama eram classificados como "melancias" - verdes por fora e vermelhos (comunistas) por dentro. O então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, chegou a ser chamado de "cagão" por Walter Braga Netto.

Também acertadamente a denúncia valoriza aquilo que, em outros momentos, já se destacou: a intentona só não foi adiante porque os golpistas não conseguiram a aderência de todo o Estado-maior, reforçando o caráter de Estado das Forças Armadas. Diz o texto: "A decisão dos generais, especialmente dos que comandavam Regiões, e do Comandante do Exército de se manterem no papel constitucional foi determinante para que o golpe, mesmo tentado, mesmo posto em curso, não prosperasse". O documento refere-se especialmente ao general Freire Gomes, que ao contrário dos colegas do Alto Comando das Forças, resistiu à ruptura constitucional. _

Em Brasília, comitiva gaúcha pede atenção ao transporte

O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin recebeu ontem uma comitiva gaúcha para falar sobre a situação do transporte intermunicipal de passageiros de ônibus. No encontro, os empresários agradeceram ao vice pela atenção destinada ao RS durante a reconstrução, em especial a conclusão da nova ponte sobre o Rio Caí, destruída em razão das chuvas. A obra foi entregue pelo governo federal dois meses antes do prazo, o que possibilitou a retomada do desenvolvimento na região da BR-116 entre as cidades de Nova Petrópolis e Caxias do Sul.

Os dirigentes pediram atenção do governo federal para alguns trechos por onde circulam linhas de ônibus de empresas gaúchas, como dificuldades nas BR-163 e BR-230, especialmente no trecho Itaituba (PA) - Rurópolis (PA), onde 30 quilômetros ainda não têm pavimentação asfáltica.

Por lá circulam ônibus de empresas gaúchas que fazem o trecho entre Porto Alegre e Santarém (PA), levando passageiros para o outro lado do país. _

Discurso para o pós-golpe

Em 11 de abril de 1964, o general Humberto Castelo Branco foi ungido novo presidente da República pelo Congresso, após a desistência de Eurico Gaspar Dutra e Amauri Kruel.

O caminho estava aberto para o general, um dos articuladores do golpe de Estado.

Estava previsto pelo AI-1, baixado dois dias antes, que em 1965 o Brasil teria novas eleições. Não foi o que ocorreu: a votação foi adiada várias e várias vezes, por 20 anos, em meio a prisões, cerceamento da imprensa e da liberdade política e, por fim, da morte da democracia.

Corta para 2025. A denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas destaca que o então presidente tinha, inclusive, um discurso pronto, pós-golpe.

O documento foi encontrado na sede do PL, na sala do próprio ex-presidente e no celular de Mauro Cid: "Tratava-se de um discurso a ser recitado pelo ex-presidente no momento da efetivação do golpe de Estado. O mesmo texto também foi encontrado no aparelho celular de Mauro Cid", diz a denúncia.

Infelizmente, a história se repete. A primeira vez como tragédia. A segunda como farsa. _

Ministro vira alvo de Trump

Não é surpresa para ninguém que as ações do ex-presidente Jair Bolsonaro foram influenciadas pela agenda construída por Steve Bannon e a alt-right americana que elegeram Donald Trump em 2016. Também por isso não surpreende o fato de o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ter virado alvo, ontem, de processo judicial nos EUA por suposta violação da soberania americana - no momento em que a denúncia da PGR é apresentada.

Qual o problema dos americanos: Moraes determinou que a plataforma Rumble remova contas na internet de influenciadores da direita brasileira. A empresa é parceira na ação da Trump Media & Technology Group, comandada por Trump. A companhia alega que Moraes infringiu a 1ª Emenda da Constituição, que versa sobre liberdade de expressão.

O CEO da rede social, o canadense Chris Pavlovski, diz que não cumprirá as decisões do ministro. A Rumble se diz imune ao cancelamento e reúne perfis, como de Allan dos Santos, que foram bloqueados em outras plataformas por determinações da Justiça brasileira. _

A Agenda 2025-2035 para a educação, o projeto do governo do Estado, chega, na avaliação da coluna tardiamente. Mas valem ponderações:

Até pouco tempo, o Estado não pagava salários em dia dos servidores

Viveu a pandemia

Sofreu medidas que retiraram arrecadação

Enfrentou falta de quadros técnicos para executar projetos

Passou pela enchente

E encarou decisões judiciais que dificultaram contratação de técnicos para executar projetos.

Ocorrência contra símbolos nazistas

O deputado estadual Leonel Radde (PT) registrou boletim de ocorrência contra o estudante da UFRGS, formando em Engenharia de Minas, que pintou uma suástica para a colação de grau. Segundo Radde, que tem a agenda antifascista como prioridade, esse tipo de manifestação repete tática vista em outros locais do mundo:

- Querem causar confusão ao dizer que ser neonazista é liberdade de expressão. _

INFORME ESPECIAL

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