sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025



21 de Fevereiro de 2025
SUA SEGURANÇA - Humberto Trezzi

15 anos a mais de cadeia

A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi bem mais drástica que a Polícia Federal (PF) em relação ao envolvimento de Jair Bolsonaro num complô golpista para tentar se perpetuar no poder. O procurador-geral Paulo Gonet atribui cinco crimes ao ex-presidente, enquanto a PF conclui que ele cometeu três delitos na tentativa de impedir que Luiz Inácio Lula da Silva vencesse as eleições e assumisse a Presidência.

A PF indiciou Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, de abolição violenta do Estado de direito e liderança de organização criminosa. Somadas, as penas para esses delitos renderiam até 28 anos de cadeia.

Já a PGR endossou esses indiciamentos e acrescentou na denúncia contra o ex-presidente mais dois crimes pelos quais ele deve responder: dano com violência contra o patrimônio da União e deterioração do patrimônio tombado. Os dois se referem aos tumultos ocorridos em Brasília em 8 de janeiro de 2023, que resultaram em vandalismo nas sedes dos três poderes. Caso pegue pena máxima pelos cinco crimes em que está denunciado, a sentença de Bolsonaro pode chegar a 43 anos de prisão - 15 a mais do que a soma das penalidades sugeridas pela PF.

Em resumo, a PGR atribui a Bolsonaro o estímulo para que acontecesse a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro. Esse ponto será muito questionado pela defesa do ex-presidente, que, no inquérito da Polícia Federal, não foi responsabilizado pelo vandalismo. Alegam que Bolsonaro já tinha deixado o cargo e nem sequer estava no país (viajara para os EUA).

A denúncia da PGR considera que havia um contexto de golpe em favor de Bolsonaro e diz que o 8 de Janeiro foi um episódio "fomentado e facilitado pela organização denunciada, que assim, por mais essa causa, deve ser responsabilizada". _

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