terça-feira, 18 de fevereiro de 2025



18 de Fevereiro de 2025
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

O que Leite e Melo conhecerão na Holanda

Muito do que o governo do Estado e a prefeitura de Porto Alegre irão conhecer na Holanda, a partir do final desta semana, foi antecipado pelas reportagens que mostramos, nos veículos do Grupo RBS, em junho do ano passado, quando viajei para o país europeu no momento em que o Rio Grande do Sul esticava o pescoço para sair de seus dias mais tenebrosos das enchentes de 2024.

O governador Eduardo Leite e o prefeito Sebastião Melo verão, de perto, projetos como o Deltariver (o sistema de proteção no delta do Reno em relação ao mar), o Room for the River (que abriu áreas para que os rios pudessem avançar sobre terras alagáveis sem provocar impactos na população) e o Zandmortor (que ampliou, de forma artificial, a faixa de areia da praia para reter o avanço das águas sobre a costa).

Algumas das iniciativas do Plano Rio Grande foram inspiradas no modelo holandês, entre elas o projeto RioS (Resiliência, Inovação e Obras para o Futuro do Rio Grande do Sul), concebido por meio de acordo de cooperação técnica entre BNDES e o Estado para uma estratégia na Região Hidrográfica do Guaíba.

Engenharia de ponta

Na Holanda, Leite e Melo irão perceber, de cara, que as obras de engenharia são o que há de mais visível em termos de proteção contra cheias: por onde se anda, há sistemas de defesa. Muitas vezes, você está em uma autoestrada e nem sabe que dirige o veículo em uma pista sobre um dique. Também perceberão que prevenção e segurança são palavras impregnadas na cultura do povo.

Mas, de tudo o que as autoridades gaúchas conhecerão, o mais importante será aquilo que não se enxerga a olho nu: o processo de gestão integrada, multiagências - por isso, é bom que Estado e prefeitura viajem juntos.

A Holanda aprendeu com tragédias a respeitar a natureza. Não a controlá-la. Os holandeses também só chegaram a tal nível de excelência porque souberam despolitizar o tema da prevenção contra cheias. Estamos falando de mudança de cultura. _

Por enquanto, é pouco provável que Milei sofra impeachment

Enfim, a oposição argentina tem um fio de novelo para puxar a fim de tentar construir uma narrativa com potencial de fustigar Javier Milei.

A rocambolesca história do post do presidente, na sexta-feira, apoiando uma até então desconhecida criptomoeda, a $LIBRA, provoca o primeiro escândalo político-financeiro-digital, com respingos sérios sobre a Casa Rosada, mas dificilmente o terremoto levará a um processo de impeachment - mesmo em um país onde os presidentes não costumam durar no Sillón de Rivadavia.

O kirchnerismo se armou para tentar emplacar os votos necessários para instaurar o processo no Congresso. Para que o impeachment seja aberto, são necessários 129 votos do total de 257 parlamentares na Câmara.

Milei não tem maioria. Mas a oposição também não. Para levar o processo adiante, os adversários precisariam se unir - o que é difícil no atual momento político argentino. Falo de uma união não apenas entre as diferentes facções peronistas, mas, principalmente, entre os demais partidos adversários do governo, como a União Cívica Radical (UCR).

Digamos que fosse instaurado, ainda assim não seria fácil desbancar o presidente.

O Senado atua como tribunal. Para afastar o presidente, são necessários dois terços dos votos - 48 do total de 72 senadores. Na Câmara Alta, o cenário é também um mosaico.

Na Argentina, no entanto, tudo pode mudar em horas. Por isso, muitos políticos estão cautelosos. O fato de o ex-presidente Mauricio Macri (PRO) ter reagido com críticas a Milei animou os kirchneristas. Ontem, no entanto, ele recuou, dando mostras de que pretende esperar o resultado da investigação interna do governo - apuração que deve isentar Milei.

Essa parece ser a estreia de uma longa série de streaming, que, nos próximos dias, ganhará novos capítulos. _

"Temos fé de que o Papa irá voltar para casa"

Intramuros no Vaticano, o clima é de preocupação a cada boletim médico lançado pela Policlínica Gemelli, onde o papa Francisco, 88 anos, está hospitalizado. A situação não é grave, mas é delicada, principalmente em se tratando da idade do Pontífice.

20 anos do Protocolo de Kyoto

Há 20 anos, em 16 de fevereiro de 2005, entrava em vigor um dos primeiros e principais tratados internacionais com metas para a redução de gases de efeito estufa: o Protocolo de Kyoto.

O texto foi assinado em 1997 durante a COP3 - a terceira conferência mundial do clima da ONU, ocorrida no Japão.

Entre os objetivos estava a determinação de que países industrializados deveriam reduzir emissões de gases de efeito estufa em uma média de 5,2% em relação aos níveis de 1990.

Na época, os EUA, um dos maiores emissores, não ratificaram o protocolo. Embora o Brasil, como nação em desenvolvimento, não fosse obrigado a reduzir emissões, o país se comprometeu em adotar medidas para limitar o desmatamento e mitigar as mudanças.

O Protocolo de Kyoto foi sucedido pelo Acordo de Paris em 2015, ampliando o compromisso para todos os países, com metas mais ambiciosas. _

Erasmo Battistella é eleito presidente da Câmara de Comércio Italiana

Em assembleia extraordinária, realizada ontem, em Porto Alegre, o empresário Erasmo Battistella foi aclamado presidente da Câmara de Comércio Italiana do Rio Grande do Sul pelos próximos três anos.

Presidente da Be8, empresa com sede em Passo Fundo e referência na produção de biodiesel, Battistella terá como vices Neco Argenta, da Rede de Postos Sim, e Gelson Castellan, da Florense Móveis.

Criada em 1959, a Câmara de Comércio estava com os trabalhos interrompidos desde janeiro de 2024. A entidade tem como objetivo incentivar as relações comerciais bilaterais, auxiliando empreendedores italianos interessados em investir no Estado e prestando consultoria a empresários gaúchos que almejam ingressar no mercado da Itália.

Nos próximos três meses, a Câmara vai realizar um trabalho de reorganização da estrutura interna da entidade para a retomada dos trabalhos, com foco na atração de novos associados.

A posse da nova diretoria está prevista para maio, durante as comemorações dos 150 anos da imigração italiana no Estado. 

INFORME ESPECIAL

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