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Como as motociatas foram financiadas
A delação de Mauro Cid, ex- ajudante de ordens da Presidência da República, jogou luz sobre um mistério do governo Bolsonaro. O fim do sigilo decretado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes traz informações sobre o financiamento das motociatas organizadas pelo então ocupante do cargo. Segundo Cid, os gastos operacionais foram bancados pelo cartão corporativo atrelado do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
O ex-ajudante de ordens relatou que o então chefe do GSI, Augusto Heleno, teve de "comprar motos similares à do ex-presidente para poder acompanhá-lo". E que era preciso "embarcar as motos" (pagar o transporte) até o local dos eventos.
Até agora, eram conhecidos os gastos com segurança - na maior parte, dos Estados onde ocorreram as mobilizações - e com os deslocamentos do próprio Bolsonaro. O uso de dinheiro público para financiar eventos políticos e de campanha pode configurar desvio de recursos e improbidade administrativa.
Dólar sobe com juro nos EUA e 2026 na mira
Depois de alcançar a menor cotação em três meses, o dólar voltou ontem ao patamar acima de R$ 5,70, no primeiro dia com mercado aberto depois da apresentação da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A moeda americana fechou com alta de 0,66%, para R$ 5,726.
A alta do dólar e a denúncia estão relacionados? Sim, mas não é o único fator de inquietação, até porque outras moedas emergentes também perdem valor ante a americana. Primeiro, um dos motivos da baixa da véspera foi uma intervenção do Banco Central (BC), que não se repetiu ontem. Segundo, há outros motivos para a pressão cambial que vêm do atual presidente, não do anterior.
Os sinais dados por Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos dias são considerados preocupantes no mercado financeiro. O presidente já insinuou intervenções no Ibama, na Petrobras - ao sugerir que vendesse direto a grandes consumidores -, e criou expectativa de atuar na contramão da esfriada na economia que o BC tenta fazer levando o juro à estratosfera.
Sem novas reduções de juro nos Estados Unidos, os títulos americanos se mantêm atraentes para investidores, o que tem potencial de fortalecer o dólar frente a outras moedas. No Brasil, o juro altíssimo tem ajudado a trazer dólares para cá pelo diferencial em relação à taxa americana.
Na terça-feira, o Tesouro captou US$ 2,5 bilhões em oferta de títulos de dívida ao mercado externo, que teve alto interesse em papéis com vencimento em 10 anos. A procura acima do previsto permitiu reduzir o juro de 7,05% para 6,75%. O Tesouro busca financiar a dívida a custo menor, já que boa parte das emissões é atrelada à Selic, que deve chegar a 15% neste ano. _
Oceânico
Se a ameaça de tarifas teve trégua, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parece disposto a comprar uma briga com a Europa de proporções oceânicas. Ontem, chamou o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, de "ditador" e disse que ele precisa agir com rapidez "ou não terá mais um país". Afirmou, ainda, que o ataque da Rússia importa mais à Europa do que aos EUA porque "temos um grande e lindo oceano nos separando".
Representantes da Transpetro estão no Estado, mas segue sem confirmação a data da assinatura do contrato para construção de quatro navios com participação do Estaleiro Rio Grande. A previsão anterior era para o dia 24.
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