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15 de Fevereiro de 2025
ANDRESSA XAVIER
Questão de prioridade
Mais do que evitar aulas nos dias mais quentes do ano no Rio Grande do Sul, o pedido do Cpers de adiamento do retorno do ano letivo expôs uma situação grave, mas já conhecida da comunidade escolar. O problema na estrutura das escolas ficou escancarado. Há prédios sem fiação elétrica adequada e sem ventilação mínima para turmas que têm até 30 crianças e adolescentes. O futuro da nação, como diz o clichê, está ameaçado.
Ouvimos algumas explicações do governo do Estado ao longo da semana. Nenhuma delas me convenceu de que a educação é mesmo a prioridade. Se fosse, teria atenção máxima e investimento. Se fosse, não teríamos apenas um quarto das escolas com ar-condicionado. Se fosse, não haveria 800 escolas com problemas elétricos. Se fosse, não haveria prédios com telhado quase desabando ou sem lâmpadas nas salas de aula. Se fosse, não haveria um bebedouro para todos os alunos dividirem, nem banheiros sem portas.
Acredito quando se diz que as sementes estão sendo lançadas e que demoram para dar frutos. Na educação é complexo e demorado mesmo. Só que está demorando demais. Não há uma grande entrega, uma grande revolução visível. Nos bastidores se garante que sim, há muitos projetos que vão melhorar a situação a médio ou longo prazo. Até lá, teremos mais uma geração tratada com descaso.
Empresas trabalham com metas e planos bem-definidos e utilizam dados para fazer análises e traçar objetivos claros. O governo deveria copiar o modelo. Sem isso o problema não se resolverá e veremos tudo de novo no próximo ano.Para além da falta de negociação entre governo e professores, que é outro capítulo com erro de cálculo, estamos falando de uma situação que está posta e que nos acostumamos a não cobrar, a não ver, a achar normal.
A Secretaria de Obras diz que fez uma revolução na forma de contratar empresas para resolver os problemas estruturais. Eu acredito, mas a régua anterior era muito baixa. A Secretaria da Educação diz que os índices vão melhorar, e eu quero crer nisso. Sigo acreditando, porém, que a resposta tem de ser imediata.
O governo justifica que o Estado vinha de uma série de problemas, com atrasos de pagamentos de salários e de fornecedores. É verdade, mas Eduardo Leite está em seu sétimo ano de mandato. A herança maldita já não pode mais ser desculpa para patinarmos em uma área tão importante.
Se é prioridade, quero muito ver a meta de escolas com ventilação adequada, nem falo de ar-condicionado em todas, mas de ventiladores, até o fim de 2025. Se é prioridade, quero ver os índices do Ideb melhorando na próxima avaliação. O mesmo vale para o déficit de vagas nas creches de Porto Alegre, uma Capital que tem mais de 3 mil crianças sem ter onde estudar. Se é prioridade, quero ver os governos entregando resultados. O federal, o estadual, os municipais. O que estamos esperando? _
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