terça-feira, 11 de fevereiro de 2025



10 de Fevereiro de 2025
MERCADO AUTOMOTIVO - Anderson Aires

MERCADO AUTOMOTIVO

Venda de veículos novos cresce 16% em janeiro no RS. Foram 9,2 mil automóveis e comerciais leves vendidos - no mesmo período do ano passado, haviam sido 7,9 mil. Número de emplacamentos foi o maior para o mês desde 2019. Fatores como estoques, promoções e bom desempenho da economia explicam o movimento.

Após fechar 2024 com salto expressivo, o comércio de veículos novos no Rio Grande do Sul começou 2025 com movimento positivo na comparação com a largada do ano anterior. A venda de veículos zero quilômetro cresceu 16,09% em janeiro ante o mesmo período de 2024. Além disso, o primeiro mês deste ano apresentou o maior número de emplacamentos para o mês desde 2019.

Em janeiro, o Estado anotou 9.241 emplacamentos de automóveis e comerciais leves (grupo que inclui picapes e outros veículos de carga e de passageiros). No mesmo período de 2024, foram comercializados 7.960 veículos dessa categoria. Os dados são do Sincodiv-RS/Fenabrave, que representa concessionárias e distribuidoras.

Levando em conta todos os tipos de veículos, incluindo caminhões, ônibus, motos e implementos, o total de vendas saltou de 12.726, em janeiro de 2024, para 14.857, em janeiro deste ano - alta de 16,75%.

O presidente do Sincodiv-RS/Fenabrave, Jefferson Fürstenau, afirma que o bom resultado de janeiro, em comparação com o mesmo mês do ano passado, é explicado por uma série de fatores, como estoque elevado de veículos zero e maior número de marcas no mercado. Com isso, existe um ambiente mais competitivo e com maiores possibilidades de oferta, mesmo com juro e dólar altos.

- Isso só está acontecendo porque tem uma competição maior e tem veículos que foram produzidos e não foram vendidos no ano de 2024. Então, toda vez que tiver uma produção maior, a indústria pressiona o mercado e as concessionárias e entram promoções que facilitam. O consumidor, na verdade, é que está levando vantagem nesse momento, porque ele tem promoções maiores - avalia.

O economista Raphael Galante, da Oikonomia Consultoria Automotiva, afirma que há fatores nacionais que também atingem o Rio Grande do Sul.

- A economia no ano passado foi boa, com crescimento do PIB em 3,5%. Isso foi atrelado à indústria e ao consumo. Este início de ano ainda é rescaldo. Este ano, com previsão de PIB menor e uma economia mais contracionista, será mais "duro" - afirma Galante.

Próximos meses

Em 2025, o setor automotivo convive com uma série de pressões que aumentaram nos últimos meses. Inflação, juro alto e câmbio elevado geram uma certa incerteza sobre o tamanho do avanço neste ano.

Em relação ao dólar, que tem peso importante na composição de preços dos carros, o fato de o ramo ainda contar com um estoque elevado ajuda a segurar a alta nos valores, de acordo com o presidente do Sincodiv-RS/Fenabrave. No entanto, esse cenário pode mudar ao longo do ano, considera o dirigente.

- Mesmo com o dólar alto, esse estoque apressado não está deixando o automóvel subir de preço, o que é uma vantagem para o consumidor. Agora, tem que ver até onde vai esse estoque, que tamanho é esse estoque - observou.

Fürstenau estima que o ramo deve apresentar nova alta em 2025, mas abaixo do salto expressivo de 2024, quando avançou 18,7%, levando em conta todas as categorias. Para este ano, o presidente estima avanço na casa dos 5%. _

SUVs e picapes de porte menor lideram procura

Entre os veículos mais vendidos no Rio Grande do Sul nas categorias que reúnem carros de passeio e que transportam cargas leves, os populares SUVs e picapes de porte menor se destacaram na arrancada do ano.

Olhando o grupo de automóveis, o Chevrolet Tracker ocupa o topo da lista com 494 unidades emplacadas no Estado em janeiro deste ano. Na segunda colocação, está o tradicional Chevrolet Onix, também da General Motors (GM). Em terceiro lugar, figura outro SUV, o Volkswagen T-Cross (veja mais abaixo). Os dados também são do Sincodiv-RS/Fenabrave.

O presidente da entidade, Jefferson Fürstenau, afirma que esse cenário reflete um movimento observado nos últimos anos em todo o país, marcado por uma popularidade cada vez maior dos veículos SUV.

- No momento em que você não tem mais carro popular, você não tem mais aquele carro pequenininho. Então, o carro menor continua vendendo pelo preço. Mas, quando você vai pela escolha do consumidor, você vai para os SUVs. Aí você entra com o Tracker e com uma série de concorrentes. Quando você vai para o SUV, você não está só pensando na evolução tecnológica, na exigência do consumidor, você está pensando em um veículo mais alto, que proporciona uma sensação maior de segurança - diz.

"Boom"

No ramo de comerciais leves, que agrupa picapes e outros veículos de carga e de passageiros, a Fiat Strada, com 342 emplacamentos, e a Volkswagen Saveiro (254) estão no topo da lista. Na terceira colocação está a Fiat Toro.

O economista Raphael Galante afirma que as picapes "caíram no gosto do consumidor":

- O mercado hoje é um boom de SUVs e picapes. O de hatches pequenos é um mercado brigado e sofrido. Basta você ver quantos hatches pequenos você consegue nomear agora. Uns cinco, sete, certo? E picape pequena? Só temos três. Todo mundo quer ir para onde se ganha dinheiro. 

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