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Esperança sobre voo Porto Alegre-Roma
Com a reabertura da Câmara de Comércio Italiana do Rio Grande do Sul, espera-se que seja retomado o tema do voo direto entre Porto Alegre e Roma. Em abril do ano passado, o governador Eduardo Leite se reuniu na capital italiana com a direção da ITA Airways (antiga Alitalia).
Na ocasião, ele destacou que o Rio Grande do Sul tem diversas condições que favorecem a criação da nova rota, como a localização geográfica, que colocaria o Estado como um hub para outros destinos em países do Cone Sul. Leite também ressaltou que o Estado tem uma política de incentivo à aviação, com redução de impostos sobre o querosene e o maior número de voos regionais entre os Estados brasileiros. No entanto, a grande tragédia das enchentes acabou desviando as prioridades para outras questões.
É essencial que essa rota se torne viável economicamente - não apenas do RS para a Itália, mas vice-versa. É aí que entra a importância da Câmara de Comércio, auxiliando empreendedores italianos interessados em investir no Estado. O cônsul-geral da Itália no RS, Valerio Caruso, destaca que o voo pode abrir uma rota para mercados de exportação do Rio Grande do Sul, especialmente para a China e a Índia.
- Isso pode transformar Porto Alegre em um hub do Mercosul, atraindo passageiros de países como Uruguai e Argentina ou outros Estados, como Santa Catarina e Paraná - afirma.
Caruso destaca que a nova rota é um dos temas principais de ação da nova Câmara e será discutido em próximo encontro que o diplomata terá com o governador.
- Precisamos de mais opções de voos para estimular a demanda, especialmente dos italianos que desejam visitar e investir no Rio Grande do Sul - explica. _
Aliás, a retomada dos trabalhos da Câmara de Comércio Italiana no RS só foi possível graças ao incansável trabalho do consulado da Itália no Estado e do cônsul-geral, Valerio Caruso.
A denúncia da PGR e as redes
Levantamento da Nexus - Pesquisa e Inteligência de Dados, feito a partir de publicações nas redes sociais, é uma espécie de termômetro da opinião pública a respeito da denúncia da PGR que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas pela tentativa de golpe. _
Recomendações aos americanos
A embaixada e consulados dos Estados Unidos no Brasil emitiram comunicado para americanos que visitarão o país no Carnaval. _
As dicas e orientações
Esteja ciente do seu entorno. Evite andar sozinho, especialmente à noite.
Mantenha as janelas fechadas quando estiver dentro do veículo.
Não use joias caras nem carregue grandes quantias de dinheiro.
Evite favelas o tempo todo, mesmo em contextos de festas/blocos de rua.
Fique alerta para golpes de drogas. Criminosos miram estrangeiros por meio de aplicativos de namoro ou em bares antes de drogar e roubar suas vítimas. Não aceite bebidas de estranhos.
Não deixe bebidas sem vigilância.
Confie nos seus instintos, priorize a segurança e viaje em pares ou grupos.
Mantenha-se informado. Monitore a mídia para os últimos desenvolvimentos de segurança.
Não resista fisicamente a nenhuma tentativa de assalto. Criminosos geralmente estão armados. Sua vida é muito mais valiosa do que seus bens pessoais.
Denuncie qualquer atividade criminosa primeiro à polícia local e depois entre em contato com a embaixada pelos números listados se precisar de assistência.
Entrevista - Klester Cavalcanti Jornalista, autor de "Dias de Inferno na Síria"
"É muito provável que as coisas piorem"
Lançado inicialmente em 2012 e vencedor do Prêmio Jabuti, o livro "Dias de Inferno na Síria" (Editora Matrix), do jornalista brasileiro Klester Cavalcanti, está sendo relançado. A obra conta a história do repórter que saiu de São Paulo e foi à Síria para cobrir a guerra no país. Lá, foi preso e torturado.
O que conta a obra?
Minha experiência na Síria quando fui, em 2012, fazer uma reportagem. Fui com visto de imprensa, autorizado pelo governo da Síria. Fui para Homs: guerra, força aérea bombardeando, exército matando, um inferno. Fui parado na barreira militar, mostrei o passaporte, o visto de imprensa, e, mesmo assim, me prenderam. Fui torturado, ameaçado de morte, fiquei seis dias em uma cela com mais de 20 presos. Só fui solto porque chegou o dia que deveria voltar ao Brasil, não voltei, e o pessoal da revista na qual trabalhava na época avisou a embaixada do Brasil em Damasco.
Que atualização a nova edição traz?
Em dezembro, o ditador Bashar al-Assad, em cujo governo fui preso, foi deposto e deixou o país. Com esse fato, escrevi um novo texto sobre o fim dessa ditadura que já durava mais de 50 anos e de mudanças que devem ocorrer.
O que houve depois da prisão?
Fui preso na rua, colocaram-me sentado na calçada. Ficavam apontando arma para a minha cabeça, gritando em árabe. Muito angustiante. Ninguém falava inglês. Depois, me levaram para um prédio público e me colocaram em uma sala, uma delegacia improvisada. Um sujeito que parecia ser o chefe do grupo, como se fosse o delegado, fazia perguntas em árabe e um cara traduzia para o inglês. E eu respondia.
Como foi o episódio da tortura?
Quando acabou esse interrogatório, o cara veio me dar um papel para eu assinar, só que estava escrito em árabe e tinha o emblema da polícia síria. Teoricamente, era o meu depoimento. Falei: "Não posso assinar isso". O chefe, que estava fumando, veio com cigarro aceso na direção do meu olho e gritando comigo em árabe, e o outro cara traduzindo: "Se não assinar, vai queimar teu olho". Chegou bem perto, desviou o cigarro do meu olho e queimou o rosto. Veio com outro cigarro e chegou tão perto do meu olho que senti o calor na minha retina. Falei: "Tá bom, eu assino".
Com a queda de Al-Assad, o que esperar daqui para frente?
Bashar era um ditador. Matou milhões de pessoas. Um dos motivos do conflito com a Síria é que ele tinha uma visão de mundo. Apesar de ser um país de maioria muçulmana, no papel, a Síria é um país laico, como o Brasil. A oposição não tem essa visão, quer o país mais radical. O cara que é o mais cotado para assumir a presidência foi da Al-Qaeda. Abu Mohammed al-Golani defende que o país seja governado sob a lei islâmica. É muito provável que as coisas na Síria piorem. _
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