03
de abril de 2013 | N° 17391
OLHAR
GLOBAL | Luiz Antônio Araújo
Desta vez, é
fria
Aideia
de uma Guerra Fria só podia ser devidamente entendida em oposição à Guerra
Quente de nossos pais e avós, a de 1939 a 1945, que deixou 17 milhões de mortos
e foi a primeira da história a merecer o adjetivo de “mundial”.
Mas
não só isso: num mundo dominado por duas superpotências nucleares, Estados
Unidos e União Soviética, a perspectiva de um confronto com armas atômicas logo
convenceu os estrategistas dos dois lados de que o mais importante era evitar o
choque frontal.
Para
americanos e europeus – e, em grande medida, para nós, latino-americanos –,
mais do que Guerra Fria, houve uma Paz Morna.
Para
asiáticos e africanos, porém, o período de 1945 a 1991 foi caracterizado por
altas temperaturas. Foi o período da Revolução Chinesa, da Guerra da Coreia
(1950 – 1953), da fase mais crítica da Guerra do Vietnã (1965-1975), do
sangrento golpe militar na Indonésia (1965), da guerra civil no Laos (1962 –
1975) e no Camboja (1967 – 1980), da guerra de independência de Bangladesh
(1971) e da invasão soviética do Afeganistão (1979 – 1989).
Excetuado
o pesadelo nuclear de Hiroshima e Nagasaki, a verdadeira guerra quente da Ásia
ocorreu quando as armas silenciaram na Europa. De todos esses conflitos, a
ferida mais duradoura encontra-se na península coreana, onde uma única
nacionalidade está dividida há mais de 60 anos.
É
pouco provável que o regime norte-coreano decida atacar o sul. Se o fizesse,
Pyongyang teria contra si não apenas Estados Unidos e Rússia, mas sua mais
importante aliada, a China. Desde já, porém, é possível fazer uma previsão para
a hipótese de a Coreia do Norte decidir atacar a Coreia do Sul: seus inimigos
atacarão antes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário