TRANSPORTE PÚBLICO Notícia da edição impressa de 01/03/2016. Alterada em 29/02 às 22h33min
Manifestantes mantêm pressão contra reajuste
Suzy Scarton
Organizado pelo Bloco de Luta pelo Transporte Público, o terceiro protesto do ano contra o reajuste da passagem dos ônibus e lotações da Capital reuniu cerca de 500 pessoas, pelos cálculos da Brigada Militar - ou 1.500, segundo os próprios manifestantes. Mesmo que o aumento da tarifa tenha sido suspenso pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), a população pretende manter a pressão para garantir que os recursos judiciais da prefeitura não sejam aceitos.
O grupo, cujos cantos entoavam "Dança, Fortuna/dança até o chão/vai barrar mais uma vez/o aumento do busão" e "Aumenta a luz/ E o ônibus de novo/só não aumenta/ O salário do povo", era composto principalmente por estudantes e membros de coletivos de lutas. A intenção é manter a pressão para que os recursos da prefeitura não sejam atendidos pela Justiça.
As novas tarifas de ônibus, que subiram de R$ 3,25 para R$ 3,75, e das lotações, cujo aumento foi de R$ 4,85 para R$ 5,60, foram suspensas depois que o P-Sol entrou com uma ação alegando a ilegalidade do processo, uma vez que o reajuste não teve o aval do Conselho Municipal de Transporte Urbano (Comtu). A prefeitura marcou para quinta-feira um encontro com o conselho para apresentar os cálculos da tarifa e, assim, tentar obter a reversão da decisão judicial.
Para o cientista social Murilo Gelain, de 26 anos, e a economista Fernanda Schutz, de 35, o aumento retrocedeu graças às "forças políticas da rua". Mesmo assim, Gelain acredita que a prefeitura irá promover um aumento, que deverá ser menor. "Se o usuário não se mobilizar, é fácil manter o canetaço", comenta Fernanda.
Caso os valores sejam retomados, o grupo pretende mobilizar trabalhadores para aderir aos protestos. O Bloco de Luta realizará hoje uma assembleia para decidir os próximos passos da mobilização.
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