domingo, 27 de março de 2016



17 de março de 2016 | N° 18475 
DAVID COIMBRA

Impeachment já

Até o final da tarde de ontem, jamais havia considerado justos os pedidos de impeachment de Dilma.

O governo Dilma é péssimo, suas campanhas se beneficiaram de dinheiro da corrupção e é claro que ela sabia de muito do tanto que foi cometido de errado nesses 14 anos, mas, pessoalmente, não havia nada que a implicasse.

Agora é diferente.

Como Delcídio, Dilma tentou obstruir a Justiça.

Mas fez ainda pior do que Delcídio.

Dilma usou o seu cargo, o governo, a administração pública, Dilma usou o Estado brasileiro para acobertar um homem investigado pela Polícia Federal.

Quando Dilma ligou para Lula a fim de avisar que lhe mandava o termo de posse como ministro para ser usado “se necessário”, confessou que o nomeava para que ele escapasse de um eventual mandado de prisão.

O ministério artificialmente inchado do PT sempre foi usado como objeto de barganha política, disso todos sabíamos. Agora descobrimos que pode ser usado, também, para ludibriar a polícia e a Justiça.

Ou seja: está provado que Dilma, Lula e o PT valem-se do Estado para fins pessoais.

Dilma traiu o seu eleitor, mas não apenas o seu eleitor. Dilma traiu todos os cidadãos brasileiros. Dilma conspurcou o cargo que ocupa. Conspurcou a própria democracia.

Durante 21 anos, os brasileiros penaram com a ditadura militar. Durante 21 anos, os brasileiros sonharam em eleger seus presidentes da República, como ocorre em todos os países civilizados do mundo. Ulysses bradou da tribuna nosso ódio e nosso nojo à ditadura, o Brasil inteiro chorou a morte de Tancredo às vésperas da posse, Brizola implorou para que seus irmãos brasileiros dessem um não rotundo às escolhas erradas na eleição, Collor foi ungido e defenestrado pelo povo, tudo isso passamos, para chegar a isto. Para que a democracia brasileira seja manuseada como troco de ônibus.

Dilma devia renunciar.

E Lula... Esse demonstra, nas gravações da Polícia Federal, exatamente quem é. Lula escarnece das instituições brasileiras e do próprio povo brasileiro.

Lula é tido como grande orador. Nunca ouvi um único discurso dele que não fosse banal e eivado de lugares-comuns. Dizem que o povo gosta disso, como diziam que o povo gostava das caspas nos ombros de Jânio Quadros.

Balela. Lula não é popular porque fala palavrão. Lula é popular porque se valeu do Estado brasileiro para distribuir bondades e, assim, se eternizar no poder.

Idêntica lógica ele empregou, junto com Dilma e seus bajuladores do PT, para tomar um ministério a fim de fugir da Justiça. Não é novidade. Lula, Dilma e os petistas confundem o público com o privado. Como o Rei Sol, Lula acha que ele é o Estado. Que o Brasil está a seu serviço.

Não está. Acabou, Lula. Acabou, Dilma. Acabou, PT.

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