sexta-feira, 4 de março de 2016


04 de março de 2016 | N° 18464 
NÍLSON SOUZA

VÉSPERA DE SÁBADO


Estamos de mudança, eu e os meus 17 leitores e meio (como diz o cronista fictício Agamenon Mendes Pedreira), para esta edição de sexta-feira. Nosso encontro de todos os sábados foi antecipado em um dia – o que nos dá mais tempo para refletirmos juntos sobre o fim de semana. Como se diz nas áreas rurais, quem chega antes bebe água limpa. Bem-vindos, então, amigas e amigos, agora somos todos sexta-ferinos.

Se olharmos pelo aspecto, digamos, psicológico, veremos que sexta-feira é o melhor dia da semana, à semelhança do último dia de trabalho antes das férias. Não há maior delícia do que trabalhar pensando que no dia seguinte poderemos dormir até tarde, sair sem compromisso de voltar, fazer o que quisermos ou mesmo não fazer nada. Já nesse dia seguinte, o primeiro das férias, começamos a nos preocupar com a passagem rápida do período de descanso e já não desfrutamos do ócio com o mesmo prazer.

Somos assim, o único animal que se atormenta com a passagem do tempo, o único animal que tem consciência de sua finitude e, sabe-se lá por que, o único animal que ruboriza. Alguns cientistas dizem que ruborizar é prova de honestidade. Então, pelo andar da carruagem nesta pátria amada, idolatrada e subtraída, não vamos manter essa característica distintiva por muito tempo.

Voltemos à sexta-feira, que hoje é dia de amenidades. Para os cristãos, esse é um dia consagrado, pois Jesus teria morrido numa sexta-feira (crucificado, e não enforcado, como publicou um jornal). Até sobre isso, o dia da crucificação, há controvérsias. A Bíblia diz que Jesus morreu na véspera de sábado, o Shabat judaico, que começa no pôr do sol de sexta e vai até o pôr do sol de sábado. Poderia, portanto, ser numa quinta, mas há pesquisadores que asseguram ter sido numa quarta-feira.

Não vamos entrar nesse debate. O que importa é que hoje, sexta, é véspera de sábado, véspera da superedição de Zero Hora que trará muita coisa bonita e interessante para os leitores. Garanto – sem ruborizar – que todos amaremos.

Mas, na próxima sexta, quer dizer, na próxima véspera de sábado, não esqueçam: temos encontro marcado neste espaço para refletir sobre o fim de semana. Mal posso esperar.

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