sexta-feira, 11 de março de 2016



11 de março de 2016 | N° 18470 
MARCELO CARNEIRO DA CUNHA

LOVE


L’amour. Liebe. Love. Como você preferir chamar, chame que ele vem. Ou não vem, sabe- se lá por qual motivo, e dessa incerteza vivemos, caros leitores. Chuva vem, todo santo dia nessa São Paulo onde vivo. Conta de celular, luz e água vem, todo santo mês. 

Já o amor, esse aí é mais difícil de prever a chegada do que instalador de tevê a cabo, que só vem quando não há ninguém para receber. O amor, caríssimos leitores, anda mais por aí, por esse terreno pantanoso da imprevisibilidade. E quando vem, é como chuva paulistana e arrasta o que houver pelo caminho.

Pois a Netflix lança uma série intitulada Love que de Love tem muito pouco, quase nada. Um rapaz fofinho e uma moça nada fofinha se encontram e desencontram em uma Los Angeles tão amorosa quanto uma tarde no dentista. Como é que disso vai sair um grande amor, caros leitores? De personagens e um cenário desses saem fogos de artifício, e olhe lá. Explosão, arrebatamento, nem querendo. E aí jaz o problema de Love. Love pra ser Love tem que ter pandeiro, tem que dar batucada. Love, a série, rende um chorinho e olhe lá.

Em Roliu, uma das fórmulas de sucesso é a clássica boy meets girl. Aqui, boy and girl se encontram, e o resultado é mais bobinho do que bolo de chuva. Para ver, recomendo sentarem no sofazão com um prato de bolo de chuva. Aí, é certo, você vai curtir alguma coisa, provavelmente o bolinho. Fica a dica.

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