DIVULGAÇÃO/JC
Primeira biografia de Tancredo
Neves
Em
momento mais do que adequado será lançada, dia 11 de março, no Rio de Janeiro,
a primeira grande biografia do falecido presidente Tancredo Neves (1910-1985).
Tancredo Neves: A noite do destino (868 páginas, R$ 80,00, Editora Civilização
Brasileira) é de autoria do jornalista José Augusto Ribeiro, que foi
editor-chefe do jornal O Globo, comentarista político e chefe de redação da
Rede Bandeirantes de Televisão e assessor de imprensa de Tancredo na campanha
de 1984 e de Leonel Brizola na campanha de 1994. José Augusto escreveu os
livros De Tiradentes a Tancredo Neves: uma história das constituições
brasileiras; A Era Vargas e Jânio Quadros: o romance da renúncia.
O
alentado volume, de quase 900 páginas, é fruto de mais de 15 anos de pesquisa
em arquivos pessoais de Tancredo, fotos, entrevistas exclusivas e fatos ainda
inéditos sobre o homem que foi considerado um dos mais importantes brasileiros
do século XX. Em 19 de abril, faz 30 anos que Tancredo Neves morreu. Ele foi
eleito para restaurar a democracia no Brasil e não assumiu o cargo, vitimado
por doença que obrigou-o a ser hospitalizado.
O
livro é longo, mas a linguagem fluente e os capítulos breves tornam a leitura
um prazer, além de propiciar aos leitores um conhecimento profundo e detalhado
sobre a vida do líder político, o primeiro presidente eleito após o regime
militar.
Aos
43 anos, Tancredo foi ministro da Justiça de Getúlio Vargas e enfrentou, com
enorme coragem, a tempestade política de 1954. Tancredo foi primeiro-ministro
na experiência parlamentarista de 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, cujo
objetivo era tornar possível a posse do vice, João Goulart, na presidência.
Ele, então, restabeleceu a legalidade constitucional e as liberdades públicas
no País e teve a ousadia de fechar a última base militar estrangeira no Brasil,
em Fernando de Noronha.
Em
1984, Tancredo foi a escolha indiscutível das oposições para disputar a
presidência da República depois da frustrante derrota da Emenda Dante de
Oliveira, que restabeleceria as eleições diretas. A eleição indireta se tornou
praticamente uma eleição direta, envolvendo o País.
Esses
três episódios e tantas dezenas de outros revelam como Tancredo era
bem-humorado, de bem com a vida, mas como estava sempre atento e preocupado com
o Brasil e com os brasileiros. Homem de diálogo, sempre entendeu que só com ele
se fazia a democracia. Tancredo se sacrificou pelo Brasil, pedindo aos médicos
para que fizessem uma cirurgia somente em 17 de março, dois dias da posse, ou,
então, na tarde da posse, 15 de março.
O destino foi duro com o Brasil e com os
brasileiros, mas ficam o exemplo, a mensagem e os sorrisos de um homem
incansável, que dizia que para descansar teria a eternidade. Um homem que
inspirou Milton Nascimento a compor a linda canção Coração de estudante.
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