sábado, 7 de fevereiro de 2015


08 de fevereiro de 2015 | N° 18067
PAULO SANT’ANA

O bicho-preguiça

Eu estava lendo o genial L.F. Verissimo sobre a piada célebre do coelho que, ao se preparar para o sexo com a coelha, disse para ela, com a rapidez que caracteriza a sua reprodução: “Vai ser bom, não foi?”.

E foi então que fiz eu a minha anedota, exatamente com o bicho-preguiça, que pela lentidão é o contrário do coelho. O coito do bicho-preguiça demora mais que a gravidez da preguiça-fêmea e a cantada do macho demora ainda mais que o coito.

Dizem os estudiosos que a ejaculação precoce do bicho-preguiça dura dois meses.

Há casos em que o coito do bicho-preguiça demora cerca de três anos, em face das interrupções para almoço e janta. Leio que o bicho-preguiça, que habita florestas tropicais da América do Sul, desce das árvores apenas uma vez por semana com o objetivo de fazer suas necessidades fisiológicas.

Calculo que, ao descer das árvores para urinar ou defecar, o bicho-preguiça demore cerca de quatro horas, podendo então acontecer, imagino, que antes de descer da árvore o bicho-preguiça perca a vontade de satisfazer sua vontade e leve mais uns dois dias para retornar ao topo da árvore.

E se o coelho diz pra coelha “vai ser bom, não foi?”, então o preguiça diz pra parceira: “Querida, nosso ato de amor durará e invadirá a eternidade”.

Na delegacia de polícia, a bicho-preguiça-fêmea que foi se queixar de assédio sexual, ouviu do delegado: “A senhora teve tempo suficiente para ser alertada desse assédio. Só o impulso para o ataque do agressor demorou horas e horas. A senhora podia muito bem ter fugido”.

E a preguiça-fêmea: “Delegado, o senhor esquece que para fugir eu demoraria horas e horas”.

Mudando de assunto, não me sai nunca da cabeça um lugar maravilhoso: a praia de Punta del Diablo, depois do Chuí, quem vai para Punta del Este. Posso estar exagerando, mas é para mim o lugar terrestre mais belo que conheço. Depois de a gente se extasiar com aquela vista, encontra nas proximidades um pequeno restaurante servido por três uruguaios de uma família. Nem sei o que é ali mais delicioso, se a comida ou a gentileza dos recepcionistas.

MEUS LEITORES

-Sobre “Agente duplo” publicada em 01/02/2015

Olá, Sant’Ana

Fiquei pasmado com o que li na tua coluna da Zero Hora.

Pasme, Pablo, não é possível. Como é que um secretário como tal em nenhum momento durante tanto tempo não percebeu que a seu lado existia um elemento tão pernicioso, que usufruía de um cargo de segurança para proteger elementos do narcotráfico? Esse elemento era de suma importância para o tal traficante e com certeza muito bem pago. Que se verifique sua conta bancária para ver se é compatível com seus ganhos como segurança de secretário.

Quero morrer e ser enterrado de cabeça de fora, pois não verei tudo até lá. Aquele abraço.

Ivan Streit

Resposta: Pois é, meu caro Ivan. Secretaria da Segurança, como se vê, não é um lugar seguro. O agente duplo tinha o privilégio de passar todas as informações que seu cargo detinha para a quadrilha que ele protegia. Na Secretaria da Segurança, não sabiam, portanto, nada da vida dele. E ele conhecia a vida de todo o mundo na secretaria. Mas não é fantástico?

O MELHOR DE MIM

Pensamentos extraídos do meu arquivo de colunas

"Está comprovado que o ser humano considera insuportável até a rotina feliz.

A amizade suplanta o amor por não correr o risco de ser efêmera.

A gente não faz amigos, reconhece-os.


Prefiro vegetar como um idiota, mas tonto de amor."

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