08
de fevereiro de 2015 | N° 18067
PAULO
SANT’ANA
O
bicho-preguiça
Eu
estava lendo o genial L.F. Verissimo sobre a piada célebre do coelho que, ao se
preparar para o sexo com a coelha, disse para ela, com a rapidez que
caracteriza a sua reprodução: “Vai ser bom, não foi?”.
E
foi então que fiz eu a minha anedota, exatamente com o bicho-preguiça, que pela
lentidão é o contrário do coelho. O coito do bicho-preguiça demora mais que a
gravidez da preguiça-fêmea e a cantada do macho demora ainda mais que o coito.
Dizem
os estudiosos que a ejaculação precoce do bicho-preguiça dura dois meses.
Há
casos em que o coito do bicho-preguiça demora cerca de três anos, em face das
interrupções para almoço e janta. Leio que o bicho-preguiça, que habita
florestas tropicais da América do Sul, desce das árvores apenas uma vez por
semana com o objetivo de fazer suas necessidades fisiológicas.
Calculo
que, ao descer das árvores para urinar ou defecar, o bicho-preguiça demore
cerca de quatro horas, podendo então acontecer, imagino, que antes de descer da
árvore o bicho-preguiça perca a vontade de satisfazer sua vontade e leve mais
uns dois dias para retornar ao topo da árvore.
E se
o coelho diz pra coelha “vai ser bom, não foi?”, então o preguiça diz pra
parceira: “Querida, nosso ato de amor durará e invadirá a eternidade”.
Na
delegacia de polícia, a bicho-preguiça-fêmea que foi se queixar de assédio
sexual, ouviu do delegado: “A senhora teve tempo suficiente para ser alertada
desse assédio. Só o impulso para o ataque do agressor demorou horas e horas. A
senhora podia muito bem ter fugido”.
E a
preguiça-fêmea: “Delegado, o senhor esquece que para fugir eu demoraria horas e
horas”.
Mudando
de assunto, não me sai nunca da cabeça um lugar maravilhoso: a praia de Punta
del Diablo, depois do Chuí, quem vai para Punta del Este. Posso estar
exagerando, mas é para mim o lugar terrestre mais belo que conheço. Depois de a
gente se extasiar com aquela vista, encontra nas proximidades um pequeno
restaurante servido por três uruguaios de uma família. Nem sei o que é ali mais
delicioso, se a comida ou a gentileza dos recepcionistas.
MEUS
LEITORES
-Sobre
“Agente duplo” publicada em 01/02/2015
Olá,
Sant’Ana
Fiquei
pasmado com o que li na tua coluna da Zero Hora.
Pasme,
Pablo, não é possível. Como é que um secretário como tal em nenhum momento
durante tanto tempo não percebeu que a seu lado existia um elemento tão
pernicioso, que usufruía de um cargo de segurança para proteger elementos do
narcotráfico? Esse elemento era de suma importância para o tal traficante e com
certeza muito bem pago. Que se verifique sua conta bancária para ver se é
compatível com seus ganhos como segurança de secretário.
Quero
morrer e ser enterrado de cabeça de fora, pois não verei tudo até lá. Aquele
abraço.
Ivan
Streit
Resposta:
Pois é, meu caro Ivan. Secretaria da Segurança, como se vê, não é um lugar
seguro. O agente duplo tinha o privilégio de passar todas as informações que
seu cargo detinha para a quadrilha que ele protegia. Na Secretaria da
Segurança, não sabiam, portanto, nada da vida dele. E ele conhecia a vida de
todo o mundo na secretaria. Mas não é fantástico?
O
MELHOR DE MIM
Pensamentos
extraídos do meu arquivo de colunas
"Está
comprovado que o ser humano considera insuportável até a rotina feliz.
A
amizade suplanta o amor por não correr o risco de ser efêmera.
A
gente não faz amigos, reconhece-os.
Prefiro
vegetar como um idiota, mas tonto de amor."
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