segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015


16 de fevereiro de 2015 | N° 18075
 MARCELO CARNEIRO DA CUNHA

Girls, girls, girls

Girls já foi descrita como uma versão mais jovem e menos caricatural do mundo feminino nova-iorquino, na comparação com o chato Sex and the City. Mas existe uma diferença fundamental entre as duas versões do que é ser mulher em NY: a do Sex and the City é mulherzinha no pior sentido do termo. Girls, no melhor.

Elas são jovens, mas já sabem que a vida é dura, ou pelo menos, desafiante, e que nesse desafio nem todo mundo se dá bem. Elas já suspeitam de que o que não vai bem das pernas é o amor, não os seus protagonistas.

A consequência mais imediata dessa morte da fantasia amorosa é um bando de garotas que nem ao menos tentam parecer românticas. O mundo de Girls é, acima de tudo, cético, caros leitores.

Nesta temporada, a grande novidade é que Hanna ganha uma bolsa para a famosa residência para escritores da universidade de Iowa, um grande dentro de produção de novos autores nos Estados Unidos, com o inconveniente de ficar, uai, em Iowa.

Entre as que permanecem em NY, Marnie, a mais bela, segue sua rotina de abusos e desencantos. A inglesinha Jessa segue em sua rotina de garota com problemas, e Shoshanna continua falando em staccato, mas agora formada em alguma coisa, o que não deixa de ser uma conquista.

Talvez por peninha da Marnie, sempre brindada com as cenas de sexo mais constrangedoras, em uma série onde brilham as cenas de sexo constrangedoras, Lena a premia com a chance de realização do sonho de sucesso na carreira de cantora.

Girls é uma história da nova geração americana, bem menos sonhadora e otimista. Girls também é descrita como uma comédia, apesar de raramente a gente perceber alguma pitada de humor. Mas Girls é escrita, produzia e dirigida por uma garota, na maior parte do tempo. Mulheres são brilhantes, talentosas, surpreendentes. Querer que ainda tenham bom humor, vamos combinar, pode ser um tanto demais.

Vejam


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