23
de fevereiro de 2015 | N° 18082
ARTIGO
- GABRIEL SOUZA*
SOBRE A AUSTERIDADE E A INCOERÊNCIA.
NO RS E NO BRASIL
Uma
nova legislatura se inicia na Assembleia Legislativa e os discursos já indicam
a tática política da oposição: tentar esconder os erros do governo Tarso e
desconstruir
as
políticas do governo Sartori. A oposição, especialmente a bancada do PT,
investe
no
discurso de combate às políticas de austeridade que o governador anunciou. Rebatem
números, criam uma nova forma de contabilidade – a da “interpretação dos números”
(sic) – e negam a situação tenebrosa das finanças públicas do Rio Grande do Sul.
Em
suma, defendem exatamente o que fizeram durante o governo Tarso: endividar
ainda mais o Estado, segundo a oposição, seria a saída para combater o próprio
déficit público e retomar os investimentos.
Quem
levanta essa tese não sou eu, e sim o próprio ex-governador Tarso Genro. No
artigo “Sobre a austeridade. Na Europa”, Tarso defende que “austeridade
reproduz mais austeridade, mais desigualdade (…)”. Ainda, em seu perfil no
Twitter, diz não acreditar na crise financeira do Estado: “O uso da expressão
rombo é farsa” (16/01) ou “para apoiar a ‘austeridade’ não é preciso falsificar
dados sobre as finanças do RS” (11/01). Tarso não reconhece o rombo de R$ 7,1
bilhões nas contas públicas e defende o aprofundamento deste déficit.
Tarso
e a oposição combatem as políticas de austeridade no momento em que assistimos
a presidente Dilma Rousseff utilizar-se das mesmas para conter a despesa pública.
Sim, porque o governo de coalizão liderado pelo mesmo PT no plano nacional faz
exatamente isso, vide o corte de R$ 22,7 bilhões promovido pelo Ministério da
Fazenda no início deste ano, atingindo principalmente a Educação (R$ 7,042 bilhões).
Comparando, o decreto de corte de gastos do governo estadual gerará apenas R$ 600
milhões em economia em 2015.
Perceba
que o momento atual das finanças públicas, aqui e lá, exige, para além das
teorias econômicas, corte de gastos. Alguém já disse que “para solucionar um
problema, o primeiro passo é reconhecer que ele existe”. Penso que é isso que
os gaúchos esperam da oposição: apontar caminhos factíveis e não optar pela “crítica
pela crítica”, o que os levaria a uma constrangedora incoerência política.
*Deputado
estadual (PMDB)
Nenhum comentário:
Postar um comentário